Quem é a mulher que se candidata a presidente de Junta?
Sou uma pessoa simples – pelo menos, tento ser –, gosto muito do contacto com as pessoas, da proximidade e, se calhar por isso, a minha insistência em viver numa terra pequena, gosto de coisas simples, do contacto com a natureza, de poder contribuir como eu posso e com o meu tempo disponível para tudo o que aparece ou que me seja solicitado – acho que a minha grande dificuldade é dizer não. E tento envolver-me o mais possível para que a minha terra não morra, uma vez que está muito envelhecida.
Nasci em Valada, em casa, ainda à antiga, e nunca deixei de lá viver. A minha formação é na área de engenharia alimentar. Quando acabei o curso, na Escola Agrária de Santarém, fiz estágio na Compal e fiquei lá a trabalhar durante sete, oito anos. Depois, desafiaram-me para ir para a área financeira, tirei uma formação no Instituto de Formação Bancária, e estou nessa área desde 2008. Atualmente, trabalho numa empresa de crédito bancário só hipotecário, só faço crédito-habitação. É um trabalho muito comercial, ando na rua, tenho uma zona atribuída, visito os mediadores imobiliários e depois faço o crédito-habitação, e é uma profissão que eu gosto bastante, porque me dá muita possibilidade de contacto com as pessoas.
Sou casada e estou grávida do meu primeiro filho, que se vai chamar Lourenço.
O que a motivou a ser candidata?
A convite do presidente da Câmara e da presidente do partido, que me lançaram este desafio. Um desafio que, sinceramente, há muitos anos que já andava na minha cabeça. Digamos que era uma ambição minha, mas no sentido positivo, porque com esta caminhada e por já estar no executivo há alguns anos, acho que o passo seguinte era este. Era uma certa cobardia da minha parte se não fosse em frente, se andasse sempre só ali na sombra, em nº2 ou nº3. E acho que vivendo em Valada, conhecendo muito bem todas as pessoas da freguesia, as realidades, acho que tenho todos os requisitos, digamos assim, para querer o melhor para quem lá vive. Aquela freguesia é muito bonita e nós ouvimos que é muito para o turismo e quer-se fazer muitos projetos para isto e para aquilo. A minha principal preocupação passa por aí, mas passa, principalmente, pelo bem-estar de quem lá vive.
E por saber, porque lá vivo, a dificuldade que é viver lá, não é só coisas boas, não é só aliviar o stresse, a principal motivação é poder contribuir. Na idade em que estou, que é uma idade em que se pode dar alguma coisa às pessoas, acho que esta é uma função – nem é bem uma função, é uma missão – para poder ajudar e, de alguma forma, melhorar a vida das pessoas.
Que presidente de Junta quer ser?
Acho que um presidente de Junta deve ser alguém muito próximo da população, dos fregueses, que conheça a realidade de todos, mesmo, e numa população como Valada, que é pequena, dá perfeitamente para conhecer a realidade de toda a gente, saber as condições em que vivem, as necessidades de cada um, o que é que precisam, o que é que podemos melhorar. Acho que essa é a principal missão de um presidente de Junta. E depois, é isso que eu quero ser, estar próxima e mostrar às pessoas a minha disponibilidade, para os poder ajudar a resolver os problemas mais básicos. Há coisas que são impossíveis de realizar, mas com a realidade de cada um é muito mais fácil dar respostas mais rápidas às pessoas.
Se ao mesmo tempo puder potenciar a minha freguesia para o País, não só para o concelho, acho que isso é um bem, desde que traga bem para a população.
Que ideia tem da sua freguesia?
Para mim, é a melhor freguesia do mundo e está muito bem localizada. Valada tem cerca de 42 quilómetros quadrados, salvo erro. Tem uma grande área agrícola. São cerca de 700 eleitores, 700, 720 nas três localidades, Valada, Porto de Muge e Reguengo, a Palhota não tem expressão, mas a população está muito envelhecida.
As contas da freguesia estão saudáveis, sem dívidas. Também não temos um orçamento para fazer obra, são cerca de 69 mil euros que vêm da Câmara e cerca de 11 mil euros do Fundo de Financiamento de Freguesias. O orçamento serve, praticamente, para pagar aos empregados, que são poucos para uma freguesia tão grande e que recebe tantos visitantes, principalmente, nesta altura do ano.
Qual a primeira medida a tomar assim que for eleita?
Sendo atual Tesoureira, tenho consciência de que o orçamento não dá para grandes obras. Acho que o trabalho que tem de ser feito é continuar esta luta pela defesa do rio, dos diques, a ponte, a alteração do PDM, são coisas que estão a correr, e era um grande bónus para mim que fosse nos próximos quatro anos que estas coisas se desenvolvessem. E depois é a proximidade com as pessoas. O que eu posso fazer de diferente é reivindicar, é lutar pelo bem-estar.
Há um parque infantil que precisa de ser recuperado, não está em boas condições, toda aquela zona do parque das merendas… há ali tanta coisa que, se calhar, dá para mexer um bocadinho.
Lista do PS à Assembleia de Freguesia de Valada
Candidatos efetivos Maria Margarida dos Santos Oliveira Abade, 37 anos; Rui Jorge Pereira Martins, 48 anos; Joana Sofia Morgadinho Fabiano, 34 anos; Idalina Isabel Correia Amorim, 44 anos; Rui Miguel Paulo Vieira, 45 anos; Pedro Rodrigo Oliveira Esteves, 42 anos; Vanessa Isabel Gonçalves Brás, 29 anos;
Candidatos suplentes Carlos Alberto Ferreira Antão, 56 anos; Nuno Duarte Santos Oliveira Abade, 44 anos; Maria da Conceição Marques Morgadinho, 52 anos; Diogo Filipe Beja Pedro, 20 anos; José Ricardo Chefe Nunes, 26 anos; Beatriz dos Santos Torres Abade, 18 anos; Benjamim Luís Gonçalves Madeira, 67 anos