A CDU Cartaxo reuniu dezenas de militantes e apoiantes num piquenique, no Parque de Merendas de Valada, este domingo.
Depois de um almoço em que os convivas fizeram uso dos grelhadores disponíveis para assar sardinhas, febras ou entremeadas, regadas com bom vinho da região, foi tempo dos discursos oficiais.
A abertura das ‘hostilidades’ esteve a cargo de José Barreto, coordenador da CDU no Cartaxo, que começou por lembrar que a CDU concorre a todos os órgão autárquicos nas eleições de 1 de outubro próximo, porque “mais uma vez entendemos que as nossas ideias são as melhores e que iremos passar e que as iremos transmitir à população. O resultado será aquele que a população nos quiser dar”.
E como esta iniciativa se realizou em Valada, o primeiro dos candidatos da CDU a tomar da palavra foi Rogério Mendonça, que repete a candidatura à freguesia nestas eleições. Rogério Mendonça referiu que “sou dos poucos aqui que não vou candidatar-me pela primeira vez, mas isto é um pouco o reflexo desta freguesia”, destacando que “estamos num local que parece paradisíaco, mas não é bem assim. Valada é um bocado o reflexo que está aqui espelhado neste Parque de Merendas, que não é bem um parque de merendas, é aquilo que vocês veem. Tem condições ótimas. Tal como eu dizia há uns dias numa entrevista ao Jornal de Cá, Valada tem uma bonita e natural fachada, mas quando abrimos a porta e entramos, lá dentro, a casa está completamente desarrumada por falta de vontade política, por incompetência”.
Lembrando que a CDU já liderou a freguesia de Valada por duas vezes, o candidato explicou que é por esta razão que a CDU se apresenta novamente a eleições, porque “não há duas sem três”.
O cabeça de lista à Assembleia Municipal do Cartaxo, Mário Júlio Reis, realçou o contributo da CDU “para a mudança e para o desenvolvimento; a mudança das práticas políticas despesistas, de opções de alcatrão, de oportunismo político”, criticando “os últimos outdoors, que não conseguimos perceber se são da Câmara Municipal se são do Partido Socialista. Esta promiscuidade não é a nossa. E desenvolvimento, para termos um concelho onde seja bom viver, onde queiramos receber os nossos amigos, onde os nossos filhos regressem para aqui investirem os saberes e as experiências que forem colher a outras terras”.
“Os políticos não são todos iguais”, continuou, realçando que “dignificaremos a Assembleia Municipal com uma participação construtiva, com ideias, com a pedagogia democrática que nos caracteriza. Estamos fartos de Assembleias Municipais de seis e de sete hora absolutamente improdutivas”, lembrando que a este órgão compete a fiscalização da atividade municipal e não “a vaidade da prosa”.
Orlando Casqueiro, candidato à presidência da Câmara do Cartaxo, começou por dizer que “é preciso voltar a ter orgulho em ser cartaxeiro, é preciso criar condições para que as pessoas voltem, invistam”. “Aqui em Valada a gente consegue ter uma imagem do resto do concelho. São os acessos das estradas sem as marcações devidas, nem verticais nem horizontais, numa zona onde faz bastante nevoeiro, o que tem provocado muitos acidentes, tem diminuído o número de eleitores, de cerca de 3000 para cerca de 600… Se a situação continuar neste rumo, sem criar condições de acesso, de vida, esta aldeia, que é, talvez, a aldeia mais bonita que nós temos no nosso concelho, irá – não irá, com certeza – mas iria deixar de existir. Prova disso é o campo de futebol que temos aqui ao lado, que está desprezado por não haver praticantes na freguesia”, entre outras situações apontadas, tais como caminhos abandonados, o encerramento do posto de saúde, ou a ETAR, “que funcionou pouco tempo porque foi mal dimensionada”.
Mas “isto, infelizmente, não é uma realidade só desta freguesia, é quase uma fotografia que se pode tirar em cada freguesia”, criticou, apontando o dedo à “propaganda enganosa” que é feita pelo PS Cartaxo, nomeadamente no que respeita à resolução da situação do ValleyPark, à dinamização da Feira dos Santos e da Festa do Vinho, ou ao pagamento da dívida a fornecedores.
Mas as críticas de Orlando Casqueiro não se ficaram por aqui. A propósito da obra do Parque Central, Orlando Casqueiro lembrou que “nos opusemos à destruição do ex-líbris do nosso concelho, que era o jardim à volta da Câmara Municipal”, acrescentando que “mesmo estes homens que agora defendem a bandeira da mudança, nessas alturas, não se opuseram ao encerramento da Estrada Nacional 3, o que dificulta o escoamento do trânsito, não se opuseram à concessão das águas”.
Rui Fernandes, da Comissão Política do Comité Central do PCP, afirmou a “confiança e afirmação que se estende ao Cartaxo de que é possível avançar e crescer, conquistando mais votos e mais mandatos, e afirmando a CDU como uma força indispensável e necessária para a defesa dos mais genuínos interesses das populações”.
“Trabalho, honestidade, competência corporizam um projeto, um estilo de gestão, uma forma de exercício do poder, um conjunto de opções, orientações e prioridades que tornam a CDU uma força com presença distintiva no Poder Local”, que “não é um espaço neutro de exercício do poder, como neutras não são as suas políticas e os responsáveis que em cada autarquia as implementam”, sublinhou Rui Fernandes.