Olá, Caras Leitoras e Caros Leitores. Escrevo-vos do bisonho ano de 2022; o ano passado. O ano que não deixa saudades. Um ano que acaba triste e cansado, com pouco que o recomende e com menos ainda que mereça ser recordado. Um ano de guerra, de doenças, de confirmação dos piores cenários das alterações climáticas, de pobreza, de deslaçar do tecido social e económico, de tudo e de mais um par de botas (rotas),
Escrevo-vos do ano que nos trouxe uma bárbara invasão na Europa, ordenada por um patético e dissimulado ditador com mania das grandezas. Do ano que não acabou com a Covid, apenas se marimbou para ela e para as suas consequências. Do ano em que os desastres causados pelas alterações climáticas foram-se sucedendo por todo o planeta, ora com recordes nas temperaturas, ora com precipitações diluvianas, incêndios, cheias e secas, não necessariamente por esta ordem, mas às vezes nos mesmo sítios com intervalos pequenos. Em que os preços dispararam e a pobreza, ainda envergonhada, disfarçada, sem direito a parangonas ou a ranger de dentes, se começou a instalar, insidiosa e triste. Escrevo-vos do ano em que, em todo o lado, os ricos ficaram mais ricos, os pobres mais pobres e a classe média encolheu e murchou a olhos a vistos, sem capacidade de regeneração ou de se reinventar. Ainda não foi o ano do desastre, mas se não arrepiamos caminho, foi mais um decidido e decisivo passo na direção da luz ao fundo do túnel, que mesmo que paremos agora, já vem na nossa direção a grande velocidade!
Mas, pronto, vocês já estão em 2023 e espero que tenham entrado com o pé direito, não digo que já estejam a ouvir os amanhãs que cantam – era o que nos faltava! –, mas pode ser que já sintam sensações diferentes, melhores, mais otimistas. Espero sinceramente que sim e que esse ano, 2023, onde eu também já espero estar quando estiverem a ler, seja o da vitória da Ucrânia e da derrota absoluta da Rússia e de Putin e que quanto ao resto seja bem melhor do que se espera e antevê, pois, apesar do sol de Inverno, há nuvens (muito) negras sobre o Mundo. Haja esperança e saúde!
Quanto a nós, no nosso concelho, ao contrário de outros (tantos) anos em que o imobilismo e desesperança imperavam, julgo que temos razões para algum otimismo, pois, parece que ganhámos rumo e ideias, capacidade de planeamento, de antecipar problemas e efetuar e fiscalizar obras. Todos esperamos que a atempada limpeza das linhas de água, os cuidados com os passeios e espaços verdes, o lançamento e início das obras da Escola Secundária e da Rua Serpa Pinto, a candidatura e projeto da Loja do Cidadão, frutifiquem e sejam o início e o exemplo para tudo o mais (tanto!) que há a fazer e que dentro das possibilidades e aproveitando todos os recursos que seja possível, comecemos a ver em 2023 a recuperação das nossas ruas e estradas que são uma das maiores, senão mesmo a principal, vergonha (e triste herança) deste concelho.
Um Excelente 2023, com muita saúde, amor, prosperidade e paz!