A Câmara do Cartaxo continua à espera da resposta da Cartágua a um relatório enviado pela autarquia à empresa e que diz respeito ao aumento do tarifário.
O atual executivo não aceitou o aumento que tinha sido assinado pelo anterior presidente, Paulo Varanda, de mais de 30 por cento em seis anos, sem qualquer documento ou estudo que o sustentasse, e solicitou esse mesmo estudo.
Agora, o estudo já está feito e o relatório entregue, faltando a necessária contra proposta da Cartágua, com vista aos aumentos a praticar aos consumidores em 2016.
A Câmara considera que “enquanto o fator Z não estiver devidamente esclarecido, a atualização seria pelo Índice de Preços Harmonizados ao Consumidor para o ano 2016. Com o compromisso da Cartágua de em janeiro nos sentarmos à mesa para chegar a acordo, consoante aquilo que foram os resultados da auditoria que promovemos ao fator Z, num determinado valor que enviámos à Cartágua para que possa aferir, ficamos a aguardar a contra proposta, perante os elementos que eles estão a aferir da justeza ou não daquilo que estamos a defender, em relação ao valor do fator Z”, disse o presidente da autarquia, Pedro Ribeiro.
O vereador Vasco Cunha, do PSD, disse que “nós começamos a sentir-nos incomodados para votar, porque nós não conhecemos e consecutivamente damos aqui um voto de confiança relativamente a esta solução que o presidente nos propõe, mas não temos informação nenhuma. E este é o segundo ano em que isto acontece”.
Pedro Ribeiro lembrou que este é um processo complexo, acrescentando que “chegámos a um resultado preliminar. Do meu ponto de vista, para não comprometer a posição da Câmara, que deverá ser uma posição segura, e por isso é que o processo ainda não é público, porque queremos, num exercício de boa-fé, que a Cartágua se pronuncie sobre os valores que nós encontrámos. É claro que, se fosse um valor igual, se calhar era fácil para mim tornar o processo público. Como o valor que nós encontrámos é um valor inferior àquele que a Cartágua encontrou, manda a boa-fé que demos oportunidade à Cartágua de fazer aquilo que eu também gostava que me fizessem a mim”.
O autarca referiu que “o nosso relatório tornar-se-á público com as contas finais do encontro entre as análises técnicas”.
Paulo Varanda, do Movimento Independente Pelo Cartaxo, disse que “sabemos que o relatório aponta para uma subida superior àquela que hoje nos é proposta para aprovação. Não sendo os 30, há-de ser o Índice Harmonizado aos Consumidores mais qualquer coisa que nos é desconhecida. Isso sabemos. Nesse sentido, e pelo risco que possam ter quaisquer níveis de despesas retroativas, pela não aplicação do acordo, nós vamos ter exatamente a mesma votação, que é pela abstenção”.
A Cartágua comprometeu-se a dar uma resposta até dia 15 de janeiro.
A proposta de revisão do tarifário para o ano 2016 foi aprovada com a abstenção dos dois vereadores do Movimento Independente Pelo Cartaxo; o PSD votou favoravelmente, mas com declaração de voto, a recomendar à Câmara a realização de uma reunião tão rápido quanto possível com os vereadores, a disponibilizar toda a informação sobre este assunto aos eleitos.