“Cartaxo novo tem de surgir”, diz munícipe

 

A reunião de Câmara do Cartaxo desta segunda-feira, 18 de janeiro, realizada na sede da Sociedade Filarmónica Cartaxense, foi bastante concorrida, com muitos munícipes a aproveitarem o período antes da ordem do dia para colocar questões ao executivo.

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Miguel Ribeiro foi um dos munícipes que interveio, aproveitando para comunicar ao executivo o que não quer ver mais no Cartaxo.

Segundo este jovem, “à beira do abismo, as pessoas mudam. E eu venho aqui dizer-vos que é tempo de a gente mudar, porque estamos, de facto, à beira do abismo. Quero-vos dizer que não quero mais parques de estacionamento, não quero mais parques de negócios e espaços sem sentido, não quero mais estradas esburacadas, não quero mais ruas desertas, não quero mais ruas sem luz, mais pavilhões desportivos sem condições, não quero mais árvores centenárias abatidas”, entre outros pontos, “isto tudo, vendo os cartaxeiros a emigrar”, mais de 230 nos últimos anos, espalhados por 35 países, acrescentou.

Miguel Ribeiro acrescentou que existem números “que mostram a vossa responsabilidade da destruição do Cartaxo nos últimos oito anos. Para vos provar a veracidade dos mesmos, informo-vos que são números do Portal Base- Portal de Contratos Públicos Online, que estão disponíveis a todos publicamente”. Assim, “posso-vos começar por dizer que o Município do Cartaxo declarou 291 contratos nestes últimos oito anos, tendo sido 262 por Ajuste Direto e 18 apenas por Concurso Público; sendo que esses contratos por Ajuste Direto totalizaram um total de 7.320.139,46 €”. Por isso, e porque “estes 7 milhões e 300 mil euros foi o que vocês investiram no Cartaxo, nestes últimos oito anos por ajuste direto, foram por opção vossa”, Miguel Ribeiro questionou “como é que, com tantos consultores contratados e tanto investimento nestes serviços por ajuste direto, se fizeram tantas más obras e se tomaram tantas más decisões?”.

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Apesar deste quadro ‘pintado’ por Miguel Ribeiro ser negro, este jovem tem esperança na mudança e que “existe um futuro para o Cartaxo, um Cartaxo onde as empresas de cá possam ser apoiadas em vez de investirmos em empresas de fora, os nossos jardins arranjados, em vez de rotundas ao lado de autoestradas, os nossos espaços verdes e desportivos restaurados, eventos com contrapartidas para os cartaxeiros e para o concelho do Cartaxo. Existe um futuro em que o Cartaxo pode ser um local de orgulho para os cartaxeiros que cá estão e para os que estão lá fora”.

Miguel Ribeiro terminou, dizendo que “não vim aqui à espera da vossa resposta politicamente correta, não vim com esperanças que vocês mudem agora alguma coisa, o que não optaram por mudar nestes últimos anos, não vim aqui para saber se vocês aceitam a minha opinião. Vim-vos dizer que vocês são culpados da destruição do Cartaxo. Com as vossas Politicas, com as vossas decisões, com a vossa ineficiência. Vim-vos dizer que o vosso tempo de destruírem o Cartaxo vai chegar a um fim. E um Cartaxo novo tem que surgir”.


 

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