Há decisões que mudam a vida de um casal.
Decidir mudar de país é uma delas. É difícil, e deveria ser sempre pensada a dois, principalmente nas mudanças porque ambos vão inevitavelmente passar e no seu impacto. Se por um lado, se sentem motivados para procurar melhor e maior qualidade de vida, por outro, deixar a família e os amigos, é, por vezes, insuportável.
É a expectativa de que, não obstante isso, o futuro vai ser muito melhor, que promove a mudança e a coragem para avançar.
Recordo-me de um casal que imigrou para Portugal. Ele foi convidado para gerir uma empresa, o que foi sentido como um desafio ao nível intelectual, assim como financeiramente compensador. E o casal viu este projeto como uma nova fase de vida mais positiva. Vieram os dois, apesar de só um ter trabalho. Ele estava focado na empresa. Ela estava focada apenas nele, sentindo-se sozinha, sem conhecer ninguém e sem projetos.
Enquanto um estava extremamente motivado, o outro estava cada vez mais frustrado e triste. O facto de serem só os dois e só contarem um com o outro, levou a uma sobrecarga e pressão demasiado alta que poderia levar à rotura.
Casais nesta situação, imigrantes ou não, precisam de suporte e amparo, seja familiar seja social. É de extrema importância a relação com terceiros. Quando se está fora do seu país, o suporte social torna-se ainda mais fulcral. Hoje a distancia também se torna mais reduzida através das chamadas redes sociais.
É uma mais valia para o casal envolverem-se ambos, juntos ou não, na comunidade onde vivem, e criarem laços adicionais. Não se pode exigir tudo do NÓS.
Daí a importância do vínculo afetivo e social. Dá saúde mental a si e ao NÓS.