O romance de Margaret Mitchell, dos anos 30, “E Tudo o Vento Levou”, faz-nos pensar no Cartaxo da última década. Um autêntico furacão passou pela terra, e não foi o de 1940 de que toda a gente fala. Ficou pouca obra, e uma enormíssima dívida, que todos nós munícipes, teremos de pagar através dos nossos impostos: a derrama, o IMI, o IRS e o IRC… E a dívida é de tal maneira escandalosa, que nem sequer é proporcional à pequena cidade e concelho de cerca de 25 mil habitantes.
E agora, o que podemos fazer? Já não somos o Cartaxo, mas também ainda não somos outra coisa. Os cidadãos pouco conscientes do seu papel e do seu poder, não se reveem na terra, nem no Terreiro do Paço, no terreiro dos indignados, onde não há setor Sol, ou Sombra. Tudo é democrático!
Como elevar a auto-estima dos cartaxeiros?
Com limpeza urbana, pensarmos numa solução de arquitetura paisagista e irmos recuperando os imóveis existentes, pois ao contrário dos cálculos megalómanos que se fizeram, a terra não crescerá assim tanto, sobretudo quando gira em torno de duas órbitas vorazes, a da capital, e a de Santarém.
O Cartaxo necessita de um Pelouro da Cultura forte, em torno do quadrilátero composto pela Biblioteca Marcelino Mesquita, o Centro Cultural do Cartaxo, o Museu Rural e do Vinho e a extinta Sala de Exposições José Tagarro. Em seguida deveria aproveitar os jovens formados, que vem dormir ao Cartaxo, mas que não trabalham na sua terra natal. Temos pessoas excelentes em todas as áreas (e que na terra nem sequer são reconhecidas), é essa a maior riqueza do Cartaxo.
E devemos conhecer o nosso passado, o nosso verdadeiro passado, não reinventarmos Ouriques, nem insistirmos numa política de folclorização estadonovista inventada por António Ferro.
O Cartaxo é a terra de Marcelino Mesquita, de José Tagarro, de Jorge Maltieira, de Rosa Mendes.
Continuamos a amar a nossa terra, porque é a nossa, porque temos a teimosia da esperança e do desejo, mas, às vezes, nem sabemos porquê e para quê.

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