A Bola de Neve Negra…

Opinião de Frederico Guedes

Quando aceitei o desafio para colaborar neste jornal de Cá, por ser um cartaxeiro bairrista e convicto de que a nossa terra tem um futuro risonho e animador, mal me passava pela cabeça que um dia iria estar a escrever estas linhas com tanta mágoa e revolta com a insegurança que se vive na nossa sociedade.

Depois de anos de sacrifício tentando manter um negócio de família, de várias gerações, eis que uns verdadeiros profissionais estiveram, com tempo e calma, dentro da minha casa e “limparam” as prateleiras de perfumaria sem partir um único frasco ou qualquer vidro, retiraram fechaduras sem chaves e desligaram o que havia para desligar, tudo isto no centro da cidade.

O sistema em vigor, há muito que deixou de funcionar, não acompanhando os tempos atuais. Tem que se alterar o rumo decrépito que a nossa sociedade está a tomar, de preferência urgentemente, a fim de travar esta “bola de neve negra”.
Para uma sociedade idónea e para se viver o lado bom da vida, tudo tem que ter o seu equilíbrio. Mas o que não se observa por parte da autoridade policial, se por um lado se verifica exageros na caça à multa em situações que são mais “armadilhas” do que prevenção rodoviária, por outro lado não se dá o devido enaltecimento ao agente de autoridade que arrisca a sua vida, em defesa da população.

Quando neste país à beira mar plantado a palavra do ano foi corrupção, algo vai muito mal na República, restando à minha pessoa pegar na segunda palavra mais votada e continuar a xurdir (fazer pela vida ou lutar pela vida), e no contexto da seriedade em que pais e professores me ensinaram, continuar a dar o devido valor às palavras como respeito, ética e educação que estão a entrar em declínio. E tudo isto, infelizmente vai acontecendo, não do lado de lá, nem perto nem longe, mas sim aqui, do lado de CÁ.

Isuvol
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