O que o levou a candidatar-se?
A minha candidatura parte de um apelo da minha consciência política, sempre participei de alguma forma em atividade política e social, acho que é hora de dar um contributo mais vincado ao povo da minha terra. É necessário um novo ciclo autárquico. Propomos um projeto de justiça, de direitos sociais, participação e desenvolvimento. Esta candidatura tem sentido de responsabilidade e respeito no espírito do Portugal de Abril. Com coragem, caminharemos juntos na construção de um futuro melhor para todos os munícipes.
O que é que distingue a candidatura que encabeça das restantes?
A minha candidatura não é uma candidatura de promessas. As pessoas precisam de saber e estar informadas, permanentemente, da atividade do executivo da Câmara. Sempre que necessário chama-se os munícipes a participar e a serem consultados sobre as necessidades do concelho, evitando, assim, obras megalómanas, que levaram a uma dívida que estagnou quase toda a atividade da Câmara Municipal do Cartaxo. Criaremos, com o acordo das outras forças políticas, o provedor do munícipe. A democracia participativa, tal como a entendo, é uma regra de ouro da nossa candidatura.
Na sua opinião, quais são as principais carências/dificuldades do concelho? E quais os pontos fortes?
A falta de emprego no nosso concelho é por demais evidente. O serviço de saúde nas freguesias não corresponde às necessidades da população, temos de investir mais na resolução deste problema. A falta de mobilidade entre as freguesias e a falta de projetos de desenvolvimento estratégico são dos pontos mais fracos. Os pontos fortes deste concelho são a sua localização estratégica, a sua cultura e as suas gentes sempre disponíveis e solidárias para recriar as suas tradições.
Se vencer as eleições, quais as primeiras medidas a tomar, imediatamente após a tomada de posse? O que é mais urgente resolver?
Criar condições para as empresas se instalarem e fixar a juventude no concelho do Cartaxo. O ensino deve ter uma vertente vocacionada para a economia no nosso concelho. A área vitivinícola, agro-industrial, de serviços e tecnológica deveriam ser a opção preferencial na fixação de empresas. Essa coordenação seria também com a CCDR da região, a fim de se implementar uma estratégia de desenvolvimento coerente. A boa localização perante a rede viária do concelho e dos seus parques industriais terão de ser promovidos e do conhecimento dos “mercados europeus” e certames empresariais.
Defendemos a reposição imediata dos benefícios do Cartão do Idoso.
A juventude que acaba os seus cursos superiores tem de encontrar solução de fixação no concelho de onde são naturais, assim como a restante juventude, que busca fora do concelho um futuro que o seu concelho lhes deve proporcionar.
Resumindo, atrair empresas para criar empregos, ajudar a resolver as necessidades médicas do concelho, reinstituir o Cartão do Idoso, que nunca deveria ter sido suspenso. E ouvir as populações sobre outras necessidades urgentes.
Quais as propostas estruturantes da sua candidatura que destaca?
Justiça solidária na nossa terra. Defendemos a reposição imediata dos benefícios do Cartão do Idoso, pois ao ser suspenso agravou a qualidade de vida de muitos/as dos/as nossos/as idosos/as, para a ajuda na compra de medicamentos, por exemplo, já que as suas parcas reformas não permitem.
Água Pública, aquilo que defenderemos sempre. Defendemos a gestão camarária das Águas do Cartaxo, acabando com a carestia nos preços, iniciada pela privatização da gestão Caldas/ Varanda. Devolver à gestão do povo o que ao povo deve pertencer e não à especulação capitalista dos mercados. A rede de saneamento tem que contemplar todo o território do concelho do Cartaxo. Temos que rapidamente pôr em prática um melhor aproveitamento dos recursos hídricos. Defendemos a melhoria da mobilidade inter-freguesias e a sede do concelho.
Defenderemos a garantia de uma mobilidade eficaz interfreguesias, seja através do TUC, Transportes Urbanos do Cartaxo, que terá de se operacionalizar devidamente e aumentar a sua frequência, seja articulando com outros agentes da mobilidade no sentido da melhoria da prestação e da ligação regular à linha férrea.
Defender o ambiente e tornar “verde” o Cartaxo. É fundamental reflorestar o centro do Cartaxo, fazendo-o recuperar da destruição que o parque de estacionamento trouxe. Tornar o centro do Cartaxo um espaço verde, fresco, aprazível. Apoiar os agentes culturais seja nas freguesias seja na cidade do Cartaxo. Virar o Município para o rio, dinamizando os desportos da natureza e requalificando a zona ribeirinha com uma marina e espaços de lazer e cultura ambiental. A nível da circulação pedonal, garantir, nos passeios mobilidade para todos, incluindo para quem tenha dificuldade de mobilidade. A requalificação de passeios é uma prioridade. Recuperar os parques e jardins públicos existentes é outra das nossas prioridades.
Habitação social e reabilitação urbana. É necessária uma política de ajudas fiscais para quem pretenda fazer reabilitação urbana aos seus edifícios. O Cartaxo tem de combater o laxismo dos prédios e edificações degradadas, penalizando a sua existência em termos fiscais, também disponibilizar apoio técnico, sempre que seja solicitado.
Torna-se necessário para o Cartaxo uma política de habitação económica/ social. Não podemos ignorar os efeitos da crise sobre largas faixas sociais de população. O Cartaxo nunca teve essa prática, é tempo de a iniciar.