Analisando por ai

Opinião de Miguel Ribeiro

Por esta altura a grande maioria das pessoas já tem alguma noção de que existem empresas que analisam o que fazemos na internet, para obter de alguma forma algum proveito com isso.

Quando fazemos uma pesquisa na internet e utilizamos, por exemplo, o Google, existem empresas, inclusive a própria Google, que analisam o que pesquisamos, mas não só. Estas empresas podem ficar a saber, além do que pesquisamos, coisas como por exemplo: onde moramos, que idade temos, a que horas e dias usamos a internet, que língua falamos, se estamos a usar um computador ou um telemóvel, e que tipo de telemóvel. Entre muitas outras coisas. Isto só por aceder à internet e fazer uma simples pesquisa.

Com o aparecimento das Redes Sociais, esta área de negócio cresceu para proporções um pouco assustadoras em alguns aspectos. Hoje em dia, é possível para as mesmas empresas, obterem ainda mais informação sobre nós para ser analisada, utilizando por exemplo uma Rede Social como o Facebook, torna-se possível às empresas, inclusive ao próprio Facebook, saberem coisas como: se somos solteiros ou casados, quantos filhos temos, se gostamos mais do clube A ou B, todas as nossas preferências individuais sobre moda, desporto, cultura, política, arte, etc. São alvo de análise para os mais diversos fins. Em janeiro deste ano estive numa demonstração da Microsoft sobre o que há de novo em análise de dados, e houve algo que me despertou a atenção: foi uma análise de dados, que já estava disponível, sobre o comportamento sentimental das pessoas, ou seja, era possível avaliar, baseados nos posts de uma rede social, como o Facebook por exemplo, como a pessoa esteve sentimentalmente ao longo de um ano; os dias em que esteve mais “em baixo”, os que estava “chateado”, os que estava “feliz”, entre outros, avaliando as palavras que a própria pessoa utilizava nos seus posts, e também imagens. Esta análise pode ser utilizada por exemplo, por empresas de recrutamento, onde têm preferências por determinados perfis de pessoas (motivados, etc..).

As pessoas cada vez se expõem mais e expõem tudo sobre elas, a culpa é delas próprias porque a “curiosidade” para com o próximo fez com que tivessem de pagar um preço por isso, que foi exporem-se a si mesmas. Devemos todos, portanto, ter consciência de que já não é possível voltar atrás, mas é possível agirmos consciencializados de que tudo o que fazemos na internet e tudo o que publicamos, está a ser alvo de análise por alguém.

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