Ano Novo, Vida Nova será, decerto, a premissa que mais desejamos na perspetiva do que irá ser o novo ano. Perante a incógnita de um futuro, que está longe de se poder adivinhar, fazemos então planos no nosso subconsciente para que os próximos tempos tragam a um ano sempre melhor.
Para muitos ribatejanos, estou certo, esse desejo deve constituir uma premissa comum, um sinal de esperança no desenvolvimento de uma região que, nos últimos anos, apesar de alguns sinais favoráveis, tem ficado aquém do que era previsível ou, pelo menos, do ritmo de desenvolvimento que todos desejávamos. Não de uma forma uniforme é certo, mas com inegáveis manchas recessivas.
Em 2018, começam a funcionar em pleno os órgãos municipais que foram eleitos em Outubro passado e que decerto estarão ansiosos para colocarem no terreno os projetos e as promessas que mobilizaram os eleitores. Neste caso, a circunstância de praticamente na sub região da Lezíria do Tejo terem sido reconduzidos os mesmos líderes municipais, mais se adensa a esperança de que, já realizados os estudos técnicos e conhecendo-se agora melhor mutuamente, deverá ser possível uma melhor conjugação de esforços na inadiável conjugação na captação de investimentos em termos intermunicipais, promovendo, os tão ambicionados Polos de Competitividade regionais.
Indubitavelmente, o Vale do Tejo constitui um território de excelência, de múltiplos cruzamentos de importantes acessibilidades e principalmente, um eixo de interligação do Atlântico com a Europa. Daí que modernizar, redimensionar, reestruturar e internacionalizar a sua base económica, num contexto de inovação, continue a constituir o desafio central de uma estratégia de desenvolvimento (sido sempre adiada) que promova a região de forma integrada e beneficie as suas populações.
Neste contexto, o papel dos municípios no desenvolvimento da região é cada vez mais interventivo. Não só pelos meios, comunitários ou não, de financiamento que vão dispondo, como também pelas parcerias que vão consensualizando, sobretudo em torno de importantes projetos intermunicipais estruturantes. A verdade é que rapidamente a região de Santarém tem que saber renovar e revitalizar o seu território, particularmente as suas cidades (algumas em acentuada decadência), estancar o êxodo rural e combater o envelhecimento populacional que lhe rouba hoje a viabilidade futura. Para isso, os municípios não podem aspirar, em cada um se tornar “auto-suficiente” na otimização das suas valências, ignorando o seu vizinho. A região requer uma maior coordenação e aprofundamento intermunicipal, na concretização de projetos de desenvolvimento que só essa dimensão o pode justificar e viabilizar. É este o desafio para o Novo Ano que, estou certo, muitos comungarão!
Artigo publicado na edição de janeiro do Jornal de Cá.