Com toda a certeza, já sentiu necessidade de mudar os seus hábitos alimentares. O problema é que ‘aquele’ gelado faz as suas delícias, não consegue resistir a uns pastéis de bacalhau nem a uns rissóis de camarão, gosta de café doce e não resiste a chocolate com avelãs…
Não desespere. É possível reeducar o palato. Deixamos-lhe aqui algumas sugestões (umas mais drásticas que outras) que prometem ajudar a ter sucesso no caminho de uma alimentação mais saudável:
Durante um mês, subtraia da sua alimentação todos os doces e salgados. O objetivo é fazer ’tábua rasa’ do palato e prepará-lo para receber novos sabores. A adoção desta medida vai permitir que o seu palato comece a estranhar os sabores dos alimentos processados e industrializados, ao ponto de passar a ser quase intolerante aos excessos de açúcar , gordura e sal. Durante este período, deverá evitar o stresse, já que as descargas de cortisol, que acalmam as respostas emocionais à tensão, aumentam os desejos por este tipo de alimentos.
Outra medida que pode tomar é a de ir reduzindo progressivamente as quantidades: se costuma pôr três colheres de chá nos cafés que toma, experimente cortar para duas e meia no dia seguinte e para duas no outro que se segue, e assim sucessivamente. Se não consegue mesmo beber café amargo, opte por um açúcar natural em doses mais reduzidas e tempere com uma pitada de canela ou baunilha.
Opte pelo mindful eating: comer devagar, mastigando bem os alimentos, o que além de nos permitir saborear a refeição, disciplina o estômago a comer apenas as quantidades necessárias, por dar tempo ao cérebro de receber a mensagem de saciedade.
Planeie todas as refeições da semana, de forma a evitar chegar a casa, não ter nada para jantar e ‘abraçar-se’ a uma embalagem de gelado e uns aperitivos. Além de ser mais saudável, poupa trabalho, já que lhe permite levar uma boa refeição para o trabalho no dia seguinte, e dinheiro.
Use e abuse das ervas aromáticas, que são extraordinárias para educar o paladar a apreciar os diferentes sabores da comida e não apenas o salgado do costume, que os abafa a todos. Aprenda a tirar partido da canela, pimenta, cominhos, hortelã… Além de refinarem o prato, têm propriedades medicinais importantes ao nível da digestão, aceleração do metabolismo, reforço do sistema imunitário e tantas outras.
Reduza as quantidades de gordura que utiliza para cozinhar. Nos molhos, em vez de natas culinárias, utilize iogurte natural e especiarias. Recorde que vários estudos indicam que uma dieta rica em polifenóis e ácidos gordos polinsaturados pode atrasar o aparecimento de doenças degenerativas do sistema nervoso, o que significa que a regra de ouro é reduzir as gorduras trans e saturadas, que aumentam o mau colesterol, e otimizar o bom com gorduras mono e polinsaturadas.
Mantermo-nos hidratados corta a fome – incluindo os apetites por doces, salgados e gorduras – e ajuda a controlar o peso. Por isso, tenha sempre ‘à mão’ uma garrafa com água. Mas se nem assim se sente tentado a beber mais, aromatize a sua com umas folhas de hortelã, limão, melancia, morangos, gengibre, anis, canela ou outros sabores a gosto.
Outro conselho: se lhe apetecer muito uma guloseima à refeição, pode rematá-la com uma gelatina zero por cento de açúcares ou com uma taça de fruta fresca. Ou até mesmo um quadradinho ou dois de chocolate negro…
Os primeiros dias não vão ser pera doce, mas ficarão mais fáceis à medida que a tal tolerância aos sabores hiperapaladados muda e lhes vamos sentindo cada vez menos a falta.
No final, vai ver que o esforço compensa!