As refeições escolares, de novo

Opinião de Pedro Mendonça

Como já aqui escrevi, a Assembleia Municipal autorizou que o custo a suportar pelo Município com as refeições escolares fosse o mais baixo de sempre. Até aqui pagava 2,26 euros, mais IVA, por criança e por refeição, fornecida por IPSS do Cartaxo e por Juntas de Freguesia, este ano letivo passou a pagar 1,69 euros, mais IVA, e com fornecimento externo ao concelho.
Continuo preocupado que a qualidade da alimentação baixe na proporção que baixa o seu custo e que o dinheiro que sai da Câmara para este efeito deixe de circular no Cartaxo, afetando comerciantes, trabalhadores e instituições locais.
Começou o novo ano letivo e é esta a altura de perceber se os meus temores estavam certos ou se, pelo contrário, apesar de muito dinheiro deixar de circular na economia local, as refeições continuam com qualidade e já agora com quantidade.
A qualidade de vida dos filhos é uma responsabilidade em primeiro lugar dos pais, mas como ainda existe Estado Social, essa responsabilidade é obviamente partilhada pelos órgãos que governam em nosso nome.
Caso a qualidade baixe é necessário fazer chegar ao Sr. Presidente da Câmara esse facto pois, na altura, Pedro Magalhães Ribeiro foi claro ao afirmar que agiria caso tal se verificasse. Reclame caso o seu filho ou filha estiver a comer menos bem por esta decisão exclusivamente economicista.
A alimentação nas escolas é um assunto de tal importância, que deve ser constantemente averiguado e inspecionado, acreditando que a própria escola e a câmara o fazem, apelo a todos os pais que o façam também, até porque esta baixa colossal do preço gasto por criança pode não afetar a qualidade e, da mesma forma que criticamos, devemos elogiar caso por menos dinheiro se consiga o mesmo serviço.
De qualquer forma, não concordo que uma terra onde os cidadãos pagam a taxa máxima de IMI e IRS as refeições das crianças levem um corte como este. Esta foi uma decisão com votos a favor do PS, a abstenção do PSD e do movimento varandista, que assim a permitiram, e o voto contra da CDU.

por Pedro Mendonça


 

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