A coligação Juntos Pela Mudança (PSD e Nós, Cidadãos) apresentou publicamente a sua candidatura às autárquicas de 1 de outubro no concelho do Cartaxo.
A apresentação decorreu no Auditório Luís Eugénio Filipe, da Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense, em Pontével, que estava completamente cheio, e contou com a presença de Luís Marques Mendes, ex-governante e deputado, ex-presidente da Comissão Política Nacional do PSD e presentemente comentador; Nuno Serra, presidente da Comissão Política Distrital de Santarém do PSD; Henrique Neto, empresário e ex-candidato à presidência da República; e de Mendo Castro Henriques, presidente da Comissão Política Nacional do Nós, Cidadãos; entre outros.
Esta coligação que se apresenta aos eleitores do Cartaxo tem aqui uma pessoa de uma enorme qualidade.
Luís Marques Mendes
Depois da atuação do Rancho Folclórico da Casa do Povo da Ereira, Marques Mendes tomou da palavra para realçar que “aqui, vive-se e respira-se qualidade. Qualidade, sobretudo, sem menosprezo por tudo o resto, pelos candidatos desta coligação que se vão apresentar ao eleitorado e, em particular, pela qualidade indiscutível e incontornável do Jorge Gaspar enquanto candidato à presidência da Câmara do Cartaxo. A vida pública e política precisa de qualidade”. “Eu quero dizer aos meus amigos do Cartaxo, sejam ou não sejam do PSD, sejam ou não sejam do Nós, Cidadãos, ou pura e simplesmente que não tenham partido, que é, certamente, a maior parte das pessoas que estão aqui ou a maior parte das pessoas que vão votar no Jorge Gaspar: esta coligação que se apresenta aos eleitores do Cartaxo tem aqui uma pessoa de uma enorme qualidade. Podia ser secretário de Estado ou ministro, mas é candidato a presidente da Câmara”, prosseguiu.
Salientando as qualidades de Jorge Gaspar, Marques Mendes salientou que “não interessa se têm votado no partido A ou B. Numas eleições autárquicas não são tanto os partidos que contam, são as pessoas, a sua competência, o seu mérito, a sua qualidade, a sua visão estratégica, o seu sentido de serviço público. Contam as pessoas. Se contam as pessoas, eu queria pedir à população do Cartaxo que, pertençam a que partido pertencerem, tenham as convicções ideológicas que tiverem, não precisam de mudar de partido, não precisam de mudar de convicções para votar no Jorge Gaspar. Basta, apenas, que queiram e que tenham esta preocupação de ter gente séria, honesta e com competência, e os problemas resolvem-se é desta forma, não é com lutas partidárias, não é com intriguices políticas”.
Confiante que se for eleito, “em poucos anos, o Jorge Gaspar transformar-se-à, não apenas num grande presidente da Câmara no Cartaxo, mas num grande presidente de Câmara em Portugal inteiro”, Marques Mendes destacou “o espírito de abertura à sociedade” desta candidatura, dizendo que a democracia não se esgota nos partidos. “Aqui não vai haver nenhum partido a dar ordens. Vai ser, sim, a vontade de cada um a exprimir a vontade coletiva. Este espírito de abertura à sociedade civil é muito bom, muito positivo. O Jorge Gaspar tem esse mérito”.
Por acreditar que aqui no Cartaxo, este projeto é um projeto de serviço público, eu acedi a aqui estar hoje.
Henrique Neto
Henrique Neto é outro dos apoiantes desta candidatura. Na ocasião, disse que devia uma explicação aos presentes sobre o porquê de a apoiar. “Antes de mais, pelo que está aqui escrito: mudar. Ao longo da nossa vida democrática, que já leva mais de 40 anos, houve períodos melhores, períodos piores, mas chegámos a um entroncamento em que, não tenho dúvida, é preciso mudar. E é preciso mudar porque o modelo com que arrancámos a seguir ao 25 de Abril, do meu ponto de vista, está esgotado”.
“Para fazer as mudanças de que o País necessita é preciso que os portugueses se juntem, não com uma noção apenas de poder, mas que se juntem com uma noção de serviço público. E por isso, por acreditar que aqui no Cartaxo, este projeto é um projeto de serviço público, eu acedi a aqui estar hoje”, prosseguiu o empresário, acrescentando continuar a acreditar nos princípios que defendia há 35 anos, aquando da elaboração do programa político do PS na Marinha Grande: a Câmara deve ser o ‘governo’ de todo o concelho, assumindo todas as responsabilidades inerentes a esta atribuição; o desenvolvimento económico deve ser a prioridade de ação do executivo municipal, em estreita união com as forças vivas do concelho e população; o executivo municipal deve acrescentar valor ao trabalho desenvolvido no concelho; ou a diversificação do tecido económico, através da criação de um gabinete especialmente vocacionado para esta vertente no seio das autarquias.
Jorge Gaspar foi o último a subir ao palco, começando por assegurar que “o projeto que apresentamos a estas autárquicas é um projeto de desenvolvimento económico e social do nosso concelho, de cada uma das suas freguesias, de cada um dos seus lugares e nesse espaço todos cabem”.
O passado já lá vai, nesta candidatura não temos ninguém comprometido com o passado. Nós não discutiremos o passado. Todos nós conhecemos o passado. O passado só nos interessa como lição a não repetir no futuro. Aquilo que nos interessa é discutir o futuro.
Jorge Gaspar
Assumindo esta candidatura como uma alternativa política, o candidato referiu que, 40 anos depois, “ninguém tem nada para oferecer que não apenas e só aquilo que já está visto”. A este propósito, Jorge Gaspar lembrou que o atual presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, foi eleito autarca, pela primeira vez, em 1997, e que, por isso, “a renovação não passa por ali”.
Lembrando o resgate financeiro que o Município foi obrigado a contratar, cuja “dívida vai ter de ser paga até 2046 e será de 68 milhões de euros. E este ponto é muito relevante. Mas, infelizmente, o pagamento dos 68 milhões de euros até 2046 não é o principal problema que o nosso concelho tem, hoje, em mãos. O problema principal com o qual nós nos confrontamos é que se não cumprirmos – e se continuarmos como está há 40 anos, não vamos cumprir – se não cumprirmos com esse programa, que é um programa exigente, que obriga a maximizar receitas (os impostos estão no máximo) e a minimizar despesas (quase não há serviço público no Cartaxo), nós, não cumprindo, não vamos, sequer, ter a capacidade para solver os nossos compromissos imediatos do quotidiano”.
Por isso, “este é um desafio muito difícil, mas muito aliciante. Trabalhar em dois planos, no cumprimento desse plano, pagando aquilo que tem de ser pago, mas mostrando que somos capazes de fazer mais e melhor, trabalhando numa pista alternativa de criação de riqueza, de criação de emprego e dotando de condições, para que do ponto de vista das políticas sociais nós consigamos chegar, por exemplo, à área educativa”, que considerou ser “absolutamente decisiva”, esclareceu Jorge Gaspar.
Há certos atores políticos no Cartaxo que deviam ter vergonha quando falam do 25 de Abril. O 25 de Abril pratica-se, não se afirma nos discursos da manhã na Praça 15 de Dezembro, assume-se no dia a dia, pratica-se no dia a dia. Essa é a grande diferença.
Jorge Gaspar
Garantindo estar focado no futuro, Jorge Gaspar declarou que “o passado já lá vai, nesta candidatura não temos ninguém comprometido com o passado. Nós não discutiremos o passado. Todos nós conhecemos o passado. O passado só nos interessa como lição a não repetir no futuro. Aquilo que nos interessa é discutir o futuro”.
E do futuro da coligação Juntos Pela Mudança faz parte a reabertura da Estrada Nacional 3, “não apenas e só para ficar feito, vamos fazê-lo porque essa reabertura é fundamental para trazer vida à cidade do Cartaxo, para trazer economia à cidade do Cartaxo, para trazer criação de riqueza à cidade do Cartaxo, para trazer centralidades à cidade do Cartaxo”. “Votem em nós, façam-nos ganhar, e depois exijam-nos a reabertura da Estrada Nacional 3”, desafiou Jorge Gaspar.
Outra proposta é “a criação de uma agência de captação de investimento, não uma agência pública, municipal”, mas uma entidade “em estreita parceria com o universo empresarial, que pensa como nós e tem ambição para o nosso concelho, e que trabalhe na captação de investimento”. Até porque, segundo Jorge Gaspar, “hoje, não falta dinheiro para bons projetos. É preciso é que os municípios tenham capacidade de atrair os bons projetos”.
Quase a terminar, o candidato lançou algumas críticas à democracia no concelho do Cartaxo. “Já todos nós ouvimos, várias vezes, expressões como estas: ‘tenho um filho que trabalha na Câmara Municipal, não posso dar a cara’, ‘vocês até têm boas ideias, eu concordo, tenho acompanhado, mas tenho um comércio aberto, sabe como é que é’. Meus amigos, isto não é democracia. Há certos atores políticos no Cartaxo que deviam ter vergonha quando falam do 25 de Abril. O 25 de Abril pratica-se, não se afirma nos discursos da manhã na Praça 15 de Dezembro, assume-se no dia a dia, pratica-se no dia a dia. Essa é a grande diferença”.