Brincamos?

Opinião de Pedro Mendonça

O Presidente Pedro Ribeiro afirmou na última Assembleia Municipal, onde estive presente enquanto cidadão, que não havia necessidade de uma auditoria à dívida da Câmara por esta já ter sido realizada internamente. Disse que o custo de uma auditoria externa (cerca 130 mil euros), era desnecessário por a Câmara já saber exatamente qual a sua dívida.
Cerca de um mês depois, o mesmo Pedro Ribeiro afirmou a um órgão de comunicação regional que “descobriu” mais uma dívida do anterior presidente Paulo Varanda. Cerca de 19 mil euros à Assembleia Distrital de Santarém por falta de pagamento de quotas. O Presidente confirmou ainda que esta dívida é “apenas uma entre muitas” que têm aparecido nos últimos tempos.
Entretanto, os cidadãos pagam os impostos à taxa máxima para saldar uma dívida que nem sabem qual é, tantas são as surpresas que vão saltando da “caixinha dos segredos” dos presidentes Caldas & Varanda.
Já fui por duas vezes à Assembleia Municipal afirmar que só uma auditoria, prometida aliás por PS e PSD, poderia permitir começar a gerir a Câmara de cabeça erguida e com conhecimento da verdadeira situação. Para mim só uma firma especializada poderia fazer esta auditoria.
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Sempre tive como certo que dado o previsível desaparecimento e destruição de muitos processos, é necessário um levantamento exaustivo de contas, procedimentos, créditos, débitos, movimentos de tesouraria. É necessário relacioná-los entre si e só especialistas em auditorias o conseguem fazer, com experiência adquirida e de modo a encontrar o rasto de documentos desaparecidos e o fio da meada de muitos processos, que podendo ser legais podem ajudar a perceber eventuais processos ilegais e ou gestão danosa.
Esta “dívida surpresa” infelizmente só me vem dar razão. A sensação que andamos a brincar com coisas sérias perturba-me e entristece-me que não se faça uma auditoria que acabe de vez com estas surpresas, afinal tão pouco surpreendentes.
Isuvol
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