Rodrigo Faria Palmeiro, representante da empresa Tá na Hora Audiovisuais, do Cartaxo, foi mais uma vez à reunião de Câmara manifestar o desagrado e procurar respostas para a situação com que a empresa se viu confrontada.
Em causa está uma dívida superior a sete mil euros, relativa a trabalhos executados há mais de seis anos, a pedido de então responsáveis da Câmara Municipal.
Segundo disse, os trabalhos foram realizados a pedido de Paulo Varanda, então presidente da autarquia, Manuel Colhe, ex-funcionário, e Fernando Ramos, à data presidente da Junta de Freguesia de Vale da Pinta e um dos responsáveis pela realização da Feira Rural. O único problema é que os trabalhos foram realizados sem a existência de qualquer requisição.
Rodrigo Palmeiro quis saber se há novidades acerca desta questão e, apesar de o vereador Paulo Varanda estar ausente, se este mantém as declarações efetuadas na primeira reunião de Câmara de 2016, em que referiu, segundo Rodrigo Palmeiro, “que não pediu qualquer procedimento que entrasse em ilegalidade” e que “independentemente do tempo em que foram cometidos, que os responsáveis pelo pedido do serviço tivessem que pagar pessoalmente por não terem cumprido as tramitações respetivas. Estas foram as palavras do eng.º Paulo Varanda. Esta é, na minha opinião, uma resposta correta e até diria airosa. Não fosse o próprio a ter solicitado um dos trabalhos, e em nome do próprio, um membro da sua campanha eleitoral”. “E até este momento, nem o membro da sua equipa nem o eng.º Paulo Varanda, que solicitaram trabalhos, vieram à empresa pagar o que quer que fosse”, acrescentou.
Os trabalhos em causa são relativos às Noites de Verão ou à inauguração do Parque Central, por exemplo.
Pedro Ribeiro, presidente da autarquia, salientou que caberá a Paulo Varanda esclarecer a situação, acrescentando que a Câmara Municipal não tem forma de pagar uma dívida que não está reconhecida, ou seja, da qual não existe qualquer documentação para que ela seja reconhecida, “mas não tenho dúvidas sobre a sua razão, pelos documentos que já mostrou. Portanto, peço-lhe que compreenda a nossa situação tal como nós compreendemos a sua. Não é caso único, mas vamos aguardar por esclarecimentos que o eng.º Paulo Varanda possa dar em sede de reunião de Câmara e, em função disso, procurar uma solução que eu, à data de hoje, com toda a honestidade e toda a transparência, não lhe sei dizer qual é”.
“Você não tem responsabilidade nenhuma. Acho que, porventura, a via judicial era a única forma. Se for uma ordem do tribunal nós temos forma de lhe poder pagar”, aconselhou Pedro Ribeiro, dizendo, igualmente, que se a dívida tivesse sido reconhecida teria sido incluída em PAEL e a empresa já teria recebido.