Câmaras tentam encontrar investidores para Impormol

 

Os trabalhadores da Impormol têm assegurado o vencimento de abril e o subsídio de férias.

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A garantia foi deixada ontem, 13 de abril, pela administração da empresa, em assembleia geral de trabalhadores, que contou ainda com a presença dos presidentes das câmaras do Cartaxo e Azambuja, os dois municípios mais afetados pela difícil situação que a empresa atravessa atualmente e sindicatos.

Recorde-se que os trabalhadores receberam, no dia 7 de abril, uma carta, a informá-los da suspensão da produção. Em reunião com o presidente da Câmara do Cartaxo, o administrador da empresa explicou que esta suspensão se deve ao facto de a empresa ter perdido o seu maior cliente, que consumia 98 por cento da produção total.

A Impormol emprega 180 trabalhadores, 111 dos quais residentes no concelho do Cartaxo. Esta situação deixa o Município com preocupações acrescidas, a que se junta o facto de que “numa primeira fase, houve um grupo, que se chama Heavy Metal,que é uma sociedade gestora de participações financeiras sediada no Lichtenstein, comprou 51 por cento da empresa, e numa segunda fase, recente, comprou os restantes 49. Não é uma empresa de vocação industrial, é uma empresa com vocação para comprar e vender ativos para ter lucro, o que também acentua a nossa preocupação”, disse Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo.

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Assim, as câmaras do Cartaxo e Azambuja estão já a trabalhar em dois planos: “plano A, tentar viabilizar a empresa, seja com este acionista, seja com um potencial investidor que queira investir naquela fábrica, e para isso solicitámos ontem (terça-feira), com caráter de urgência, ao Ministério da Economia e ao Ministério do Trabalho, uma reunião de trabalho, onde vamos convidar a Comissão de Trabalhadores, o sindicato e a direção da empresa. O objetivo principal é ver, junto do Governo, se há instrumentos de apoio à empresa ou se, através dos canais do Governo, se sabem de algum potencial investidor que queira um negócio nesta área. E trabalhar, em simultâneo, no plano B, que é procurar antecipar aquilo que seja um eventual cenário, que não é desejado por ninguém, mas estando em cima da mesa devemos antecipá-lo – e por isso é que, na segunda-feira, a nossa área de Ação Social esteve à mesa – é, com os serviços de Ação Social, anteciparmos situações em que as famílias possam incorrer, de algumas dificuldades, apoio psicológico e, em simultâneo, envolver o Instituto de Emprego e Formação Profissional de Santarém e procurar desenhar, se for essa a vontade dos trabalhadores, um plano de formação profissional, de requalificação, para que aquelas pessoas possam ter mais oportunidades no mercado de trabalho”, explicou o autarca.

“Nós queremos ter sempre esperança, e vamos trabalhar para que corra bem mas, conscientemente, temos a noção das enormes dificuldades neste setor, dada a dificuldade em arranjar clientes para estas situações, que são muito específicas. Nós estamos esperançosos, mas também com os pés assentes no chão, e os trabalhadores também estão, que a realidade é bastante difícil e bastante complexa. Sabemos que a esperança é a última a morrer, mas obviamente que saí de lá bastante apreensivo”, concluiu Pedro Ribeiro.


 

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