“Candidato-me para fazer acontecer”

Filipa Veiga, 44 anos, presidente da Associação Tico e Teco, candidata a presidente da Junta de Freguesia de Vale da Pedra pela coligação Juntos pela Mudança (PSD e Nós, Cidadãos)

Quem é a mulher que se candidata a presidente de Junta?
Sou daquelas pessoas que as coisas têm que acontecer, se há coisas para fazer têm que acontecer, não sou de ficar parada à espera que as coisas caiam do céu. E hoje em dia, aqui no Cartaxo, é o que tem que acontecer, as pessoas não podem ficar à espera que as coisas aconteçam, têm que as fazer acontecer e, por norma, é a minha postura perante a vida.

Sou de Santarém, tenho quatro crianças, de 24, 14 e dois com 11. Eu sou presidente de uma associação de proteção de animais e é do que me ocupo a tempo inteiro, como voluntária mas a tempo inteiro.

O que a motivou a ser candidata?
Eu já conhecia o Nuno (Nogueira), e já fui candidata pelo Movimento Paulo Varanda, como suplente, em 2013, e o Nuno, quando aceitou este desafio, fez-me a proposta. Inicialmente, fiquei um bocadinho renitente, porque as pessoas associam-me aos animais, não me associam a mais nada, e a população de Vale da Pedra não faz a noção de um décimo do que a associação faz ou gere. E candidato-me para fazer acontecer.

Que presidente de Junta quer ser?
Quero ser uma presidente que faça as coisas acontecer. Tem de ser. A Junta de Freguesia de Vale da Pedra está parada por problemas burocráticos.

Eu acho que um presidente de Junta tem de ser, sobretudo, dinâmico, e não pode estar agarrado a uma secretária à espera que lhe respondam a um e-mail. Se não respondem, tem de insistir, tem de ir aos sítios, tem de os tratar, porque senão as coisas não evoluem, ficam estagnadas, que é o que se está a passar.

Que ideia tem da sua freguesia?
É uma freguesia que está a precisar de levar um abanão, está a precisar de mexer em muita coisa que já está feita e não há conhecimento. Por exemplo, nós soubemos que alguém ofereceu a construção do bunker para o multibanco, que tanta falta faz ali, só tinham de ir à Câmara buscar o projeto e fazer aprovar o projeto. E nada disso aconteceu. Sabemos de outras situações que foram já feitas e calculadas para que a Junta não tivesse grandes custos e os conseguisse reduzir com determinadas coisas que estão mal e também não aconteceu. Aquilo que me parece que está a acontecer nas freguesias é um bocadinho o reflexo do que está a acontecer na Câmara, as pessoas não obtêm respostas. Eu costumo dizer que isto é um mandato nem do sim nem do não, é de não haver mesmo resposta, porque qualquer solicitação que se faça à Câmara, principalmente na minha área, eles nem sequer dão resposta. E aquilo que me parece é que nas Juntas de Freguesia acontece a mesma coisa.

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Se o presidente da Junta ‘mexer os cordelinhos’ e fizer os contactos que tem de fazer, as coisas acontecem. E a própria população está completamente desmotivada e desmoralizada.

Penso que o orçamento da Junta anda na casa dos 50 mil euros, mas que está a ser canalizado, basicamente, para a dívida à ACVP. A dívida foi contraída no último mandato do Joaquim Edgar, era o atual presidente secretário. O tesoureiro de então, que hoje está na Assembleia de Freguesia pelo Movimento Paulo Varanda, ainda hoje continua sem saber o que é que foi feito do dinheiro que foi mandado pela Câmara para pagar à ACVP.

Vale da Pedra tem 1800 habitantes e, neste momento, a população de Vale da Pedra já não é tão envelhecida como parece, há muita gente nova ali que veio para ali morar por causa da proximidade ao comboio e que está mais atenta mas, ao mesmo tempo, não está muito aberta à mudança. Essa abertura vê-se numa parte da população, noutra não, e acho que as pessoas estão à espera que os programas eleitorais saiam cá para fora para tomarem decisões.

Qual a primeira medida a tomar assim que for eleita?
Eu acho que logo a arrancar era a parte da limpeza, aquilo está caótico, as valetas, as ervas… Outra coisa que eu acho que era logo muito importante era estabelecer um dia ou dois, por semana, para a carrinha da Junta ir recolher os lixos grandes e não andar todos os dias nesta vida, porque se os dois funcionários estão a carregar lixo não sei de quem, há coisas que ficam por fazer. Também para rentabilizar o tempo de trabalho útil que as pessoas têm, porque, neste momento, a freguesia está ‘sem rei nem roque’.

Urgente é, também, a situação daquela vala principal e dos esgotos a céu aberto que ainda existem em Vale da Pedra. São coisas que têm de ser intervencionadas já, antes de virem as chuvas de inverno.

 

Lista do Juntos Pela Mudança à Assembleia de Freguesia de Vale da Pedra
Candidatos efetivos Ana Filipa da Conceição Veiga Ribeiro e Santos, 44 anos, dirigente associativa; Maria Luísa Gonçalves Marques, 49 anos, consultora; Carlos Manuel Marques da Silva, 55 anos, técnico comercial; Maria Eugénia Calvão Coelho Sereno, 60 anos, empregada de balcão; Ana Celeste Alegre Marques, 36 anos, engenheira eletrotécnica; Jorge Gabriel de Oliveira Gerardo, 64 anos, músico; Ilda Nunes Farinha Nascimento e Melo, 62 anos, doméstica; Luís Miguel Maltez Brás, 39 anos, empresário agrícola; Paulo Jorge Pacheco Pinto Sousa, 48 anos, caixeiro de peças

Candidatos suplentes Maria José da Silva Ouro Rodrigues Anacleto, 51 anos, funcionária pública; Nuno José Chambel Marques, 42 anos, chefe de equipa; Cesaltina Florindo Martinho Sereno de Oliveira, 61 anos, acolhedora de idosos; Celestino Lopes Marques, 73 anos, reformado

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