O que o levou a candidatar-se?
Candidato-me porque acredito no futuro da nossa terra. Sou candidato pelo PS, o meu partido de sempre. Em 2007, como homem livre que sempre fui, divergi do rumo que o Município estava a seguir e saí das funções de vereador. O caminho que estava a ser seguido rompia com a boa tradição do meu partido nesta terra. Infelizmente, o tempo deu-me razão. Por isso, nestes quatro anos, fomos chamados a governar o Cartaxo num tempo de emergência. Esta candidatura resulta, naturalmente, da vontade que temos, e que muitos nos motivaram, para dar continuidade ao trabalho de recuperação da nossa terra. Há muito por fazer. É por isso, para mim e para todos nós, uma candidatura que tem a grata honra de ter como mandatário o grande ciclista da nossa terra, Marco Chagas, de ter como presidente da Comissão de Honra o dr. Renato Campos e que tem como Coordenador do Programa Eleitoral o cidadão independente e antigo presidente de Câmara, dr. Francisco Pereira. É uma candidatura de proximidade, aberta, humanista, plural, em que mais de 90 por cento dos nossos candidatos são cidadãos independentes. Esta foi sempre uma boa tradição das nossas candidaturas, que queremos continuar a manter. A nossa terra precisa de todos.
O que é que distingue a candidatura que encabeça das restantes?
Correndo o risco de sermos juízes em causa própria, aquilo que mais distingue a nossa candidatura das restantes tem a ver com a cultura de proximidade que temos há muitos anos com as pessoas, com as empresas, com as instituições e com as forças vivas da nossa terra. É uma candidatura com sentido de responsabilidade. Neste mandato honrámos os nossos compromissos e recuperámos a credibilidade junto dos credores e o bom nome da nossa terra. Com as contas em ordem, com estabilidade política e com a união de esforços que construímos nestes quatro anos, vamos devolver à nossa população a qualidade de vida de outros tempos. Hoje, podemos encarar o futuro com mais esperança.
Na sua opinião, quais são as principais carências/dificuldades do concelho? E quais os pontos fortes?
As nossas principais dificuldades persistem nas áreas da conservação do espaço público. No próximo mandato, com as contas já em ordem, vamos resolver os graves problemas que ainda persistem nas áreas da limpeza urbana, na manutenção e jardins, na conservação das nossas estradas, dos passeios e da iluminação pública. A Quinta das Correias ou a Quinta de Santa Eulália são exemplo das nossas grandes dificuldades operacionais em manter estes espaços.
Quanto a pontos fortes, desde logo, a nossa localização. O Cartaxo está no centro do País, servido por excelentes acessibilidades, que nos ligam quer a Lisboa, quer ao Oeste ou à zona Sul. Temos por perto a A23, que faz a ponte para Espanha. Temos três ligações ferroviárias na principal linha do País. Temos o Tejo, temos os mais férteis terrenos agrícolas da Lezíria e temos a diversidade do nosso bairro. Somos um concelho com a marca do vinho. Um concelho com fortes tradições, em que demos um novo impulso, uma nova alma à Feira de Todos os Santos e à Festa do Vinho. Conquistámos a candidatura do Fandango a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Somos um concelho com excelentes profissionais na área da educação e com os melhores resultados escolares do distrito. Somos um concelho com empresas inovadoras. Temos o Parque de Negócios mais inovador do País, que este ano conseguimos legalizar e onde já podemos acolher empresas que criem mais emprego e riqueza para a nossa terra. Somos um concelho com futuro, onde o melhor que temos para oferecer são as pessoas. O Cartaxo é um concelho de gente séria, trabalhadora, generosa, que acolhe bem. Esta é a melhor matéria-prima para desenvolver a nossa terra. E é por conhecer as pessoas da nossa terra que encaro o futuro com otimismo.
Com as contas já em ordem, vamos resolver os graves problemas que ainda persistem nas áreas da limpeza urbana, na manutenção de jardins, na conservação das estradas, dos passeios e iluminação pública.
Se vencer as eleições, quais as primeiras medidas a tomar, imediatamente após a tomada de posse? O que é mais urgente resolver?
A minha primeira iniciativa será convocar os candidatos a presidente de Câmara das diferentes forças políticas para trabalharmos em conjunto e estabelecermos compromissos em prol do futuro da nossa terra. Dou um exemplo: a reabertura da Estrada Nacional. Julgo que a maioria dos cartaxeiros apoia a reabertura daquela via. Falamos com as pessoas e parece-me lógico aquilo que nos transmitem. Ou seja; se há uns anos foi destruído o projeto que contemplava a união dos jardins e, em vez disso, para além de não se unirem os jardins, ainda destruíram o que tínhamos em frente à Câmara, para quê manter aqueles 100 metros de via fechada? A reabertura da via é uma medida há muito tempo abordada pela CDU e que recentemente, por sugestão do dr. Vasco Cunha, eu incluí no estudo de circulação para a cidade do Cartaxo, para obtermos uma solução técnica que nos permita perceber quanto custa e como será resolvido o constrangimento que irá existir com os veículos que saem e entram do parque subterrâneo. De forma responsável, devemos avaliar antes de decidir. Estarmos, de forma responsável, à altura dos desafios de hoje convoca-nos a todos a avaliarmos antes de decidir, a quebrarmos as barreiras político-partidárias e a colocar o futuro da nossa terra sempre em primeiro lugar.
Quais as propostas estruturantes da sua candidatura que destaca?
A situação de emergência em que se encontrava o Município em 2013 ditou que a prioridade para este mandato fosse o reequilíbrio das nossas contas. Sem contas equilibradas não existe capacidade para gerar poupança. Sem poupança não podemos amortizar a dívida, sem poupança não podemos investir na recuperação das estradas, dos jardins e dos equipamentos públicos. Ainda assim, nestes quatro anos conseguimos encontrar soluções para obras que há muito estavam paradas. A título de exemplo, em 2014 e 2015 conseguimos alcatroar toda a zona do Prioste, do Moinho Saloio, a Estrada de Santana, a Estrada do Setil e concluir todas as infraestruturas do Parque Empresarial do Falcão. Em 2016 iniciámos o plano de recuperação da rede viária municipal, que prevê o investimento de 350.000 euros/ano até 2020, com intervenções em todas as freguesias e, este ano, adjudicámos as obras de requalificação da via entre o Campo da Feira e a Escola Marcelino Mesquita. Com a proposta de PDM já entregue mas a carecer de acompanhamento até à sua aprovação final por parte do Governo, para o próximo mandato temos como principais prioridades as questões relacionadas com a dinamização do Tejo, seja na vertente da preservação ambiental seja na vertente turística.
Queremos relançar o projeto “Cartaxo, Capital do Vinho”, em parceria com os agentes económicos e sociais do setor, com particular preocupação para o tema do enoturismo. Prova deste enorme potencial é o excelente hotel vínico que vai nascer em Vila Chã de Ourique ainda este ano e os projeto que três investidores já nos apresentaram para Valada. Com a legalização do Parque de Negócios do Falcão vamos, com toda a certeza, ter mais empresas e emprego na nossa terra. A Câmara, enquanto acionista da Valleypark, tem estado a trabalhar para a captação de empresas.
Queremos um concelho mais verde, mais amigo do ambiente. Para além da plantação de mais árvores no Cartaxo, estamos, desde fevereiro, a acompanhar as obras da ETAR de Valada e da ETAR de Pontével, que irão resolver, de uma vez por todas, os problemas que temos há demasiado tempo para o tratamento dos esgotos de Porto de Muge, Valada, Vale da Pedra, Cruz do Campo, Casais Lagartos e Pontével, sendo que, até final deste do ano, iniciar-se-á a ETAR da Lapa, que irá, também, servir a Ereira. Queremos, também, no próximo mandato, dar cumprimento ao acordo que estabelecemos com o Ministério de Educação para uma intervenção profunda na Escola Secundária do Cartaxo. Outra das prioridades passa pela execução dos projetos que candidatámos a fundos comunitários.
Conquistámos cerca de 5,4 milhões de euros para investimentos na requalificação das zonas mais antigas do Cartaxo que possam ajudar a revitalizar o nosso comércio tradicional, para a construção do Centro Escolar de Pontével, para o alargamento do Parque de Estacionamento da Estação de Santana e para termos, entre outras intervenções, novos apeadeiros do TUC. Contamos com a participação de todos para acrescentar e enriquecer estas nossas propostas.