Cartaxo homenageou Renato Campos

 

O Cartaxo homenageou esta quinta-feira Renato Campos, primeiro presidente eleito da Câmara Municipal do Cartaxo, no dia em que se celebraram 200 anos da elevação do Cartaxo a Concelho e em que iniciaram oficialmente as celebrações da data.

 

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Depois de um emotivo aplauso de pé, foi Renato Jorge Campos, filho do homenageado, quem usou da palavra nesta homenagem, para revelar que o ex-autarca hesitou em aceitar esta homenagem, por considerar apenas ter cumprido o seu dever, “nada mais do que isso”.

No entanto, não deixou de realçar a honra e o orgulho com que o seu pai recebeu esta homenagem, que partilha “com autarcas, agentes económicos, culturais e sociais, que contribuíram para o desenvolvimento do concelho”. Porque, disse Renato Jorge Campos, “quando se juntam e partilham vontades movem-se montanhas”.

Uma homenagem mais que justificada, disse Miguel Leal, presidente da Comissão para as Comemorações dos 200 Anos do Concelho do Cartaxo. Nas palavras de Miguel Leal, “Renato Campos foi o presidente para quem tudo era prioridade, referindo-se ao importante papel que o ex-autarca teve na eletrificação de todas as freguesias do concelho, na implantação de postos médicos ao serviço da população, água, saneamento básico ou escolas, porque Renato Campos tinha a convicção que “sem educação, não haveria revolução nem evolução”.

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No que respeita a estas comemorações, Miguel Leal, espera que estas sirvam para enriquecer o panorama cultural do concelho, já que “o Cartaxo atual não nos satisfaz”, uma vez que está condicionado “por um espartilho, que condiciona” os eleitos atuais e futuros. Por isso, “temos de arregaçar as mangas para dar à terra um novo rumo”, já que a afirmação deve fazer-se pela educação e pela cultura.

Consciente que “agora, é que o trabalho vai mesmo começar”, Miguel Leal terminou, desejando “que venham mais 200 anos que sejam de progresso, cultura e cidadania”.

Gentil Duarte, presidente da Assembleia Municipal do Cartaxo, destacou o trabalho que vem sendo desenvolvido no seio deste órgão, através de uma comissão, constituída para estas comemorações, e que engloba todas as forças políticas. De entre as sugestões que apresentou à Comissão para as Comemorações, e que foram todas incluídas no programa oficial, destaque para as Assembleias Municipais de Jovens, a Assembleia Municipal Histórica ou uma Exposição Itinerante por todas as freguesias.

Gentil Duarte salientou, ainda, a necessidade de manter a esperança no futuro, dizendo que é preciso resolver problemas e delinear novas metas para o futuro.

O presidente do Município, Pedro Ribeiro, agradeceu à Comissão das Comemorações, porque “cada um de vós simboliza aquilo que queremos para o nosso futuro: a capacidade para fazer muito do muito pouco que temos à nossa disposição para gerir, a capacidade para envolver e mobilizar tanta e tanta gente por esta causa maior, que é o futuro da nossa terra”. O autarca destacou, ainda, que “queremos que estas comemorações estimulem o conhecimento da nossa história, queremos que o programa destas comemorações ajude a salvaguardar o património que herdámos e que cumpra o dever de memória coletiva perante as gerações que nos antecederam”.

Como não poderia deixar de ser, a última menção de Pedro Ribeiro foi para a homenageado, Renato Campos. Segundo disse, “este Centro Cultural completamente cheio, a honrosa presença do sr. Ministro, das senhoras e senhores deputados, de tão ilustres personalidades e instituições do nosso concelho e da nossa região, conferem a esta cerimónia a projeção e o alcance dignos da personalidade ímpar, que homenageamos”, e que “justifica as intermináveis insistências que lhe fiz para que neste dia acedesse a podermos homenageá-lo, homenagear o primeiro presidente da Câmara Municipal do Cartaxo eleito em democracia”.

Para Pedro Ribeiro, esta homenagem representa não só um reconhecimento que lhe era devido, mas também “um testemunho forte de gratidão de toda uma comunidade a uma grande figura da nossa democracia local e da liberdade”.

Ninguém merece mais esta distinção, disse Pedro Ribeiro, “porque a sua vida confunde-se com a luta pela liberdade e pela democracia no nosso concelho, pela implementação e pela afirmação do Poder Local democrático e pela proximidade e defesa das nossas populações”.

A cerimónia foi presidida por Vieira da Silva, Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, destacou que Renato Campos trouxe, de alguma forma, a democracia para o concelho, com os ganhos que esta trouxe à vida coletiva, e que Renato Campos “foi e é um homem do seu tempo, porque quando muitos descansavam, ele enfrentou os poderes da ditadura e assumiu a responsabilidade de construir”.

Esta cerimónia contou com as atuações da Orquestra de Acordeões do Cartaxo da Associação Académica Orquestra de Acordeões do Cartaxo, orientada pela maestrina Maria João Sousa,  e da fadista Filipa Maltieiro, que encerrou o espetáculo com o Fandango do Cartaxo, acompanhada por elementos dos ranchos folclóricos do concelho.


 

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