O Reverence Festival vai abandonar o concelho do Cartaxo, devendo, já em 2017, realizar-se no vizinho concelho de Santarém.
Pedro Ribeiro, presidente da Câmara Municipal, explicou, na reunião descentralizada que decorreu dia 15 de maio, na Ereira, que “os 15 a 30 mil euros necessários para que os promotores continuassem a realizar o Festival no concelho, não podem ser assumidos neste mandato. Penso que ninguém compreenderia se assumíssemos este custo. Não compreenderiam quando há tantas necessidades essenciais às quais dar resposta”.
Para o autarca, “a asfixia financeira que temos vivido e que tem condicionado o nosso apoio a clubes, associações e coletividades, não pode ser esquecida em nome de qualquer populismo de circunstância”, acrescentando que “o associativismo que dá, ao longo de todo o ano, um enorme contributo para o desenvolvimento cultural e desportivo do concelho, que promove a integração e o apoio social a milhares de pessoas, não poderia compreender este apoio. Eu não o compreenderia a não ser à luz da irresponsabilidade, ou para dar resposta a comentários nas redes socias”.
Pedro Ribeiro informou ainda que “desde a primeira edição do festival, pela fragilidade dos seus resultados financeiros, procurámos sempre ser parceiros da organização na busca de soluções, de patrocínios, quer junto de empresas, quer de instituições, para que o Reverence se tornasse sustentável e pudesse continuar em Valada”. Lembrando que “o Reverence começou neste mandato”, afirmou que “ ninguém lamenta mais do que eu a saída deste festival para outro concelho, mas quando há tanto investimento essencial por fazer, há que decidir sobre o que é prioritário para as pessoas”.
O autarca informou ainda o executivo que iniciou “negociações com vários promotores e agentes culturais de modo a que ainda em 2017 possamos ter um festival em Valada”, limitando possíveis apoios da autarquia a logística.
Dos contactos e da negociação já estabelecida, resultaram “duas propostas mais avançadas, uma para 2017 e eventualmente duas para 2018”, tal como o Jornal de Cá avançou em março. Hélder Raimundo que “iniciou comigo o Festival do Tejo, em Valada, é um dos promotores interessados. Uma outra empresa, com experiência na organização de festivais e com a qual temos reunido desde há dois meses, poderá vir também a estabelecer um acordo com o Município”.
Pedro Ribeiro desafiou, também, “quem tiver, à volta desta mesa, entendimento diferente, desafio-o a ser consequente com algumas considerações que fez nalgumas redes sociais e a apresentar, aqui, na próxima reunião de Câmara, uma proposta de 15 mil euros, que deve chegar para voltarmos a ter o festival, com aquela dimensão, em Valada”.