CDU alerta para níveis de cloro na água

Sem querer entrar em “alarmismos”, a CDU, pela voz de Orlando Casqueiro, apresentou algumas preocupações relativamente aos níveis de cloro na água do concelho do Cartaxo, na reunião de Câmara de 21 de janeiro, lembrando que não é a primeira vez que levanta esta questão ao executivo, sem ter obtido ainda qualquer resposta.

Orlando Casqueiro apresentou os números de um levantamento que fez sobre as análises à água no concelho publicadas no sítio da Cartagua na internet: “houve 60 análises referentes ao ano passado [2018], 58 delas têm de facto registos de cloro, duas não têm”, sendo que “mais de 50 por cento destas análises têm mais de 0,45 miligramas de cloro livre por litro, num arredondamento é 0,5 mg/l (valor máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde), mas isto também não pode ser visto de forma linear”, salvaguarda o comunista. Ainda assim, repara, “estamos quase sempre no limite”: cerca de 30 por cento das análises apresentam mais de 0,5 mg/l e há três delas com mais de 0,6 mg/l (valor máximo recomendado pela legislação nacional, “com base num parecer técnico concebido em 2012 pela ARS Lezíria de Vale do Tejo”).

Visto que as análises à água são feitas em locais diferentes no concelho, o comunista sugeriu que “os senhores informassem as autoridades competentes para que sejam realizadas novas análises nos locais onde existem estes valores mais elevados”, porque “isto pode não trazer problemas para a população, mas também pode trazer”, avisa.

Orlando Casqueiro lembra que “já levantámos esta questão uma vez em Valada, em forma de alerta, voltámos a falar desta questão na reunião descentralizada na sede da União de Freguesias Cartaxo e Vale da Pinta, mais uma vez na última reunião que tivemos com os autarcas e resposta: zero”. O comunista pediu ainda que o município disponibilizasse também no sítio da Câmara Municipal na internet as análises à água (que podem ser consultados na página online da Cartagua), “tanto as análises à água de consumo quanto às águas residuais – essas não estão nenhumas publicadas”, reforça, adiantando que “as análises à ETAR do Cartaxo deviam obrigatoriamente lá estar porque esta estação está a funcionar ou, pelo menos, alegadamente, estará a funcionar”. Uma questão que também gostaria de ver confirmada, diz o comunista.

“Município deve fazer as suas próprias análises”
O vereador Nuno Nogueira também quis dar a sua opinião acerca do tema levado pela CDU a esta reunião de Câmara, referindo que “o município do Cartaxo tem obrigação de fiscalizar, deve fazer as suas próprias análises na qualidade de concedente, nos diversos locais, nas diversas origens”. Para o vereador do PSD, os níveis de cloro que se encontram no limite do recomendado pela OMS, e alguns até pela legislação nacional, apontados por Orlando Casqueiro “devem-se, única e exclusivamente, ao facto de haver cerca de cinco origens de água” que, segundo Nuno Nogueira, “tem a ver com as quantidades de cloro que se têm de ser introduzidas na rede”. O vereador, aproveitando a informação da reunião do vice-presidente com a ERSAR, sugeriu que questionasse “a direção de qualidade da ERSAR relativamente a este aspeto, para perceber quantas origens de água é que Comissão Europeia recomenda nestes casos”, antevendo que, depois disso, fiquem “a perceber que a quantidade de origens da água é muito superior àquilo que é recomendado pela União Europeia”.

Fernando Amorim comprometeu-se a colocar estas questões à ERSAR. Contudo, não se mostrou alarmado: “em 60 análises, 58 estão dentro dos parâmetros…”, ainda que reconheça que “está a atingir o limite”. De qualquer forma, o vice-presidente acredita que “a Cartagua, durante um ano, faz mais de 60 análises em vários pontos de recolha” e promete “acompanhar a situação”.

Isuvol
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