Por Telmo Monteiro
No início da década de 1860 foi demolido o Convento do Espírito Santo que já se encontrava abandonado desde 1834, no âmbito da “Reforma Geral Eclesiástica” que definiu a extinção dos conventos e mosteiros em todo o país.
Nessa ocasião, a Direção das Obras Públicas de Santarém elaborou esta planta na qual se encontra projetada a construção de um edifício destinado à Câmara Municipal do Cartaxo, sensivelmente no mesmo local onde outrora se erguia o Convento e que viria a ser inaugurada em 1867. Do lado direito do edifício da Câmara Municipal, encontra-se assinalado com uma cruz um outro edifício, indicando que se pretendia erguer naquele local uma nova igreja, a qual, como sabemos, não saiu do papel.
No espaço do atual Largo Vasco da Gama está definida a arborização do local, que 12 anos depois receberia a Praça de Touros do Cartaxo, e no local outrora designado por Largo do Convento já se reserva o espaço para a plantação de um jardim, o qual apenas teria forma definida cerca de 50 anos depois.
De assinalar ainda outros aspetos desta planta, tais como a projeção da “Estrada de Lisboa” a atravessar o espaço da “Cerca do Convento”, facto que demonstra a necessidade de agilizar na época a passagem pela vila assim como as antigas designações toponímicas que surgem nesta planta: Rua da Carreira, Rua Direita, Rua do Carril e Rua dos Casaes. Refira-se por fim, além de todas as outras informações que esta planta nos oferece, o local assinalado do antigo cemitério, próximo da área onde hoje se encontra o Tribunal do Cartaxo.
Cartaxo, 8 de julho de 1862. Planta com a representação do projeto de requalificação da área central da vila do Cartaxo, designada na época por “Cerca do Convento” e que viria a dar origem às atuais Praça 15 de Dezembro e Largo Vasco da Gama.