A atividade económica portuguesa registou uma evolução favorável no segundo trimestre de 2018, quer em relação ao trimestre anterior, quer em relação ao trimestre homólogo do ano anterior, tendo em conta um indicador compósito constituído pelo Produto Interno Bruto (PIB), formação bruta de capital fixo, exportação de bens e serviços, taxa de desemprego, índice harmonizado de preços ao consumidor, indicador de sentimento económico, vendas a retalho, vendas de viaturas comerciais e pesadas e vendas de cimento.
Este indicador permite analisar o contexto económico português através de uma perspetiva macro e microeconómica, relacionando-o com a realização de novos investimentos, competitividade das empresas num contexto internacional, poder de compra da população, aumento da confiança por parte do consumidor e o desempenho de setores estratégicos como a construção, imobiliário e turismo. Para além disso, também é importante referir que o custo do crédito às PME atingiu o valor mais baixo de sempre.
Este comportamento positivo parece sustentar o crescimento da atividade económica portuguesa e, eventualmente, superar num futuro próximo o patamar atingido no período pré-crise económica e financeira de 2008.
Neste seguimento, aparentemente, vivemos um período em que a economia portuguesa está em fase de expansão e antevê-se que este ciclo perdure durante mais algum tempo. Os agentes económicos privados estão a aproveitar o momento para realizarem novos investimentos e posicionarem-se de forma competitiva num contexto internacional cada vez exigente e concorrencial.
O ecossistema português fervilha com novos investimentos e a nossa capital já é considerada como um hub de inovação e empreendedorismo, que não passa despercebido no contexto económico mundial. O Turismo, embora presentemente com um ligeiro abrandamento, continua a apresentar um desempenho nunca antes experenciado pelo setor e a forte dinâmica do mercado imobiliário parece não querer abrandar.
E por CÁ?
Infelizmente, o cenário não poderia ser mais preocupante.
Um território que se encontra a menos de uma hora deste epicentro económico, dotado de vias de comunicação e transportes sobejamente reconhecidos e, revela-se incapaz de capitalizar qualquer tipo de externalidade positiva de um ciclo económico expansionista, é no mínimo preocupante.
- Texto publicado na edição em papel de outubro do Jornal de Cá