Combater a obesidade infantil

Hoje, 16 de outubro, que é dia Mundial da Alimentação, recuperamos um artigo que publicámos em abril deste ano, no seguimento de estudos sobre a obesidade infantil que indicavam uma diminuição da prevalência de excesso de peso nas crianças portuguesas entre 2008 e 2019. Contudo, e de acordo com a Direção-Geral de Saúde (DGS), “as prevalências de excesso de peso e obesidade infantil são ainda muito elevadas em Portugal. O excesso de peso (incluindo a obesidade) atinge 29,6 por cento das crianças analisadas e a obesidade está presente em 12 por cento das crianças analisadas neste estudo, com idades compreendidas entre os seis e os nove anos”. 

Ainda que estudos recentes apontem para quase 70 por cento de jovens com peso normal em Portugal, os casos de obesidade infantil e na adolescência existem e são preocupantes, pelos inúmeros riscos que o excesso de peso acarreta para a sua saúde.

O excesso de peso nas crianças e adolescentes passa muito pela falta de exercício físico e dietas pouco ou nada saudáveis. Os jogos de computador e a televisão substituíram os jogos de rua, tornando os jovens mais sedentários, e a alimentação é pouco levada a sério, com as guloseimas e os snacks, carregados de gordura, sal e açúcares, a substituírem os lanches saudáveis.

Os jovens, por si só, não conseguem resolver este problema, que no futuro lhes poderá trazer complicações de saúde. Por muita informação que recebam na escola, nas redes sociais e nos meios de comunicação, se não lhes forem dadas alternativas mais saudáveis, no seu dia a dia, eles vão optar sempre pelo que lhes é mais cómodo e lhes dá mais prazer.

É em casa e na escola que se deve promover uma alimentação mais saudável e um estilo de vida mais ativo. Na escola, através de ementas equilibradas e produtos alimentares saudáveis, sem oferta de bolos, chocolates, leites achocolatados, refrigerantes, entre outros produtos altamente ricos em açúcares e gorduras e sem valor nutricional. Mas também em casa, este tipo de alimentos deve ser evitado, dando-se primazia a uma alimentação mais saudável, onde as frutas e os legumes façam parte da dieta diária.

Não menos importante é a promoção de atividade física, o que não implica, necessariamente, a inscrição num clube para fazer exercício. Hoje em dia, os miúdos andam pouco a pé, poucos são os que usam bicicleta… Durante a semana, é importante que sejam incentivados a ir a pé ou de bicicleta para a escola, em vez de os pais os deixarem à porta. E ao fim de semana, pais e filhos podem compartilhar momentos ao ar livre, com caminhadas, corridas ou jogos. Todos ficam a ganhar!

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Dia Mundial do Combate à Obesidade
Celebrou-se no passado dia 11 de outubro e, como tal, a DGS destaca os principais hábitos alimentares inadequados das crianças portuguesas, por considerar que “conhecer a realidade será determinante para um combate efetivo à obesidade”.

Assim, a DGS informa que, segundo dados recentes, cerca de 25 por cento das crianças dos um aos três anos tem um consumo de lacticínios superior ao recomendado diariamente; 52 por cento das crianças não consome diariamente hortícolas no prato e 55 por cento não atinge a recomendação para a ingestão diária destes alimentos; cerca de 17 por cento das crianças dos um aos três anos e 52% das crianças em idade pré-escolar ingerem diariamente bebidas açucaradas (néctares e refrigerantes) e o mesmo acontece com a categoria das sobremesas doces, no qual 10 por cento das crianças dos um aos três anos consome diariamente sobremesas doces. Verifica-se, igualmente, um elevado consumo de snacks doces e salgados, representando cinco por cento dos alimentos ingeridos pelas crianças diariamente. A DGS destaca ainda a elevada ingestão de sal pelas crianças, onde o consumo em crianças dos um aos três anos é 87 por cento acima do limite superior para a ingestão de sódio e 99 por cento para crianças em idade pré-escolar. 

De lembrar que no Cartaxo, no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, o município está a promover a semana da alimentação nas escolas, com diversas atividades.

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