Opinião de Ricardo Magalhães
O passado dia 27 de outubro terminou com a notícia do chumbo do Orçamento do Estado, ainda na generalidade. Ao todo, 117 votos contra (PCP, BE, PSD, CDS-PP, PEV, IL e CHEGA), 108 a favor (PS) e cinco abstenções (PAN e deputadas não-inscritas Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira) levaram Marcelo Rebelo de Sousa a cumprir com a sua palavra e a dissolver a Assembleia, pondo fim à atual legislatura.
O Presidente da República considerou ser esta a medida mais adequada a tomar perante o primeiro orçamento falhado pela Geringonça em 6 anos. Como o próprio clarificou, o facto de nos encontrarmos num momento importante de acesso a fundos europeus com vista à resposta à crise económica e social provocada pela pandemia teve um enorme peso na sua decisão.
O Bloco de Esquerda e a CDU mostraram-se desta vez incapazes de chegar a um acordo com o Partido Socialista, entendendo nesta altura que o melhor para o país seria adotarem uma postura de protesto. Uma postura que contrasta com a posição construtiva com que trabalharam ao lado do governo nos últimos anos.
Alguma razão levou a que fosse diferente desta vez. E o país viu assim chumbado um orçamento que o Partido Socialista destacou como amigo das famílias, das empresas e do investimento. O PS já clarificou que, ganhando as eleições, pretende implementar com retroativos as medidas previstas no orçamento, como por exemplo o maior aumento de sempre do salário mínimo nacional, as medidas que visam a valorização dos jovens no mercado de trabalho e a salvaguarda de direitos importantíssimos dos trabalhadores em teletrabalho. Já o PSD apresenta-se desta vez com Rui Rio ao leme, que manifesta diferenças de conteúdo para com o seu antecessor, mas cuja comunicação não é de todo clara e fica difícil compreender que projeto tem para o país.
Caberá naturalmente aos portugueses decidirem no próximo dia 30 de janeiro qual o projeto que melhor compreendem e se identificam. Para depois das eleições poucas certezas há para além de que serão necessários os entendimentos que desta vez não foram possíveis encontrar.
Não deixar de elogiar a iniciativa do PS Cartaxo em fazer chegar ao partido as suas propostas para o município do Cartaxo. No seu entender, a reparação da Ponte D. Amélia, a requalificação do Viaduto de Santana e da passagem de nível, a despoluição do Rio Tejo, a extensão do Passe Social e dos Comboios Suburbanos até Santarém e a nova NUT II unificando as Comunidades Intermunicipais do Oeste, Médio Tejo e Lezíria do Tejo devem ser prioridades para o Governo de António Costa. Medidas muitíssimo importantes para o futuro do nosso concelho, assim como o já garantido novo Centro de Saúde para a cidade do Cartaxo.
*Artigo publicado na edição de dezembro do Jornal de Cá