“Ponto de vista”, por Jorge Honório
Os chupa-galhetas da TAP. Para os comunistas, “O que o Governo do PS veio agora anunciar foi a salvação da privatização, num negócio de contornos pouco claros, onde o atual Governo do PS assume a manutenção de 50 por cento do capital nas mãos do Estado, mas abdica da gestão para o grupo económico em causa. Esta solução não corresponde às necessidades do País nem acautela o futuro da TAP e da soberania nacional”. E mais são parceiros desta caranguejola… o que seria se não fossem!
Já referi, noutro artigo, que privatizações deste tipo provocam quase sempre uma exaltação nacionalista, muito próxima da idiotia. Por sua vez, o palratório sobre o valor estratégico da TAP assenta na fantástica e fantasiosa premissa de que Portugal é uma potência com um papel no mundo!!! Os chupa-galhetas da nacionalização pretendem salvaguardar os seus interesses estabelecidos mas, em contrapartida, os utentes privilegiam a diversidade, a qualidade e o preço da oferta… prova disto é o sucesso das Ryanair, EasyJet, Vueling, etc.
Pense nisto. «Se o leitor for solteiro e ganhar mil euros por mês, com este orçamento de estado receberá mais cinco euros por mês. Mas não vá já gastar tudo de uma vez, porque se fizer 40kms por dia de automóvel acabará por pagar esses cinco euros no aumento dos impostos sobre o combustível. (…). Se tiver o azar de ganhar 650 euros, fica exatamente igual. Não ganha nada. Mas se conduzir automóvel pagará o imposto adicional como todas as outras pessoas. Ou seja, as medidas do Orçamento de Estado deixaram-no pior do que estava.» Arranjam-se mais exemplos.
Para mascarar a austeridade, a geringonça apostou nos impostos indiretos, menos visíveis mas mais injustos porque não diferenciam o consumidor pelo seu rendimento, pela sua condição social, pagando todos por igual, seja rico, remediado ou pobre. Os impostos indiretos, regressivos, implicam o dispêndio de uma fração maior de rendimento para os contribuintes mais pobres do que para os mais ricos. Pense nisto quando vir o PS, o BE e o PCP a levantarem-se alegremente para aprovar este Orçamento de Estado.