Atravessamos numa época de populismos, interesses e proveitos. Vivemos numa fase onde a política se transforma cada vez mais em politiquice, numa fase onde a palavra política começa gradualmente a adquirir o seu significado Figurado, conforme consta no dicionário.
(política | s. f. —(…) 5. [Figurado] Modo de haver-se, em assuntos particulares, a fim de obter o que se deseja.)
Atravessamos uma etapa onde principiamos a contemplar certo desespero político. Partidos políticos transpondo outros partidos, a constante necessidade das rábulas, ofensas, geringonças, gaffes monumentais e mau perder.
Assistimos, simultaneamente, a persistentes publicações em redes sociais acerca do que o outro partido faz desacertadamente. Desde montagens, textos e vídeos; tudo o que exista ou possa ser imaginado… está partilhado.
Dado os, presumíveis, desmesurados orçamentos de produção desses devidos materiais audiovisuais, questiono-me se tais valores não poderiam ser aplicados a questões sociais. Para evitar falar, inclusivamente, do tempo, a mão de obra e tudo o necessário para fabricar um conteúdo do género.
Existe cada vez mais, se não unicamente, uma certa despreocupação com a sociedade, mas sim com quem se depara no poder. Uma mentalidade de nós fazemos o correto e eles o errado, de eles fazem de uma determinada maneira ainda que devessem fazer de outra.
Não existe qualquer debate, qualquer acordo ou discussão acerca do que é melhor para o País ou para a sociedade. Numa sociedade do século XXI não deveria existir qualquer rancor, ódio ou orgulho. É difícil, como português observar determinadas ideias terminarem rejeitadas somente por serem concebidas por outro partido. É difícil prosperar num país onde não existe qualquer acordo, mas sim conflitos e discórdias, onde inclusive temos orçamento próprio e pessoal para auxiliar quem necessita, mas elegemos estourar essas verbas num vídeo de aversão.