Os investigadores João Veloso e Carlos Azevedo, do laboratório do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, desenvolveram um detetor de trítio, um elemento radioativo cuja presença na água em elevadas quantidades fará disparar os alarmes, já instalado na Central Nuclear de Almaraz, que utiliza a água do Tejo para arrefecimento .
Graças a este trabalho dos investigadores, é agora possível medir, em tempo real, os níveis de radioatividade da água dos rios utilizada pelos sistemas de refrigeração das centrais nucleares.
Até aqui, as análises aos níveis de trítio das águas libertadas no arrefecimento dos reatores nucleares eram realizadas em laboratório, com os tempos de demora entre a recolha das amostras de água, o envio, a análise e a divulgação dos resultados a poderem atingir três a quatro dias. Com este detetor, se houver um súbito aumento da radiação na água, o alarme é imediato e as medidas de contenção poderão ser rapidamente aplicadas.
O trítio é um material indicador da presença de outras partículas radioativas.
O detetor foi instalado na última semana para testes na estação de monitorizarão de Arrocampo, junto à central nuclear de Almaraz.
Em comunicado, a Universidade de Aveiro adianta que “o futuro do detetor em tempo real de radioatividade pode passar, também, por outras centrais nucleares, já que este novo dispositivo garante a qualidade da água consumida e o respetivo abastecimento às populações nos limites de radioatividade impostos pela norma Europeia da EURATOM”.