Dificuldades na fala e linguagem: quando fazer um despiste?

Cada vez mais pais estão atentos ao desenvolvimento da fala e da linguagem, e à sua relação com as dificuldades na aprendizagem, procuram pistas e sinais de alerta que podem ajudar a entender qual a altura certa para fazer um despiste.

children-826914_1280Aos três anos, a fala deve ser minimamente percetível, apesar de a criança omitir sons e partes de palavras, diz o nome de objetos familiares, faz e compreende questões como “onde está”, “quem é”, “o que é”; tem noções como atrás, à frente, e conhece as cores principais. Nesta fase deve-se estar alerta para a construção de frases, se é imatura apenas com duas palavras ou é inexistente.

Aos quatro anos, a criança produz a maioria dos sons, diz muitas palavras de forma correta, percebendo-se bem o que diz. Consegue contar o que aconteceu, dizer o nome, idade, sexo, partes do corpo. Responde a perguntas simples, mantém o tema de uma conversa. O alerta vai para a não compreensão de acontecimentos, a dificuldade em iniciar ou manter uma conversa simples, se a fala ainda não se percebe bem, se constrói mal as frases ou omite palavras e sons, ou se o discurso utilizado não tem sentido.

Aos 5 anos, os sinais de alerta existem se não estão desenvolvidas na criança: o saber que são e para que servem os objetos que a rodeiam, conhecer opostos (ex: gordo/magro). Pedir explicações sobre novas palavras e acontecimentos. Formar frases com mais palavras e utilizar mais verbos e adjetivos. Compreender situações humorísticas simples, rir ou questionar quando ouve uma frase sem sentido. Iniciar e manter uma conversa sobre vários temas, contar histórias, falar corretamente embora possa ainda dizer palavras como “baço”, em vez de braço. Situações como estas, são muitas vezes associadas à imaturidade da criança e arrastadas até à entrada para a escola, na esperança que entretanto tudo fique resolvido.

Quando há dúvidas é sempre aconselhável realizar um despiste,no qual são definidas formas de atuar que, em alguns casos, podem passar apenas por dar algumas indicações aos pais.

Escrito por Teresa Rolho, Terapeuta da Fala

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