Discurso do Método

Opinião de Ricardo Magalhães

Eu escrevo para as pessoas. Ambiciono “tocá-las”, emocioná-las no bom ou mau sentido, fazê-las questionar o mundo que as rodeia ou aquilo em que acreditam, desafia-las a saber e a fazer mais ou a trazerem algo de inovador e pessoal ao mundo. Eu não quero ser mais um a estar para aqui armado em sabichão, como quem sabe tudo sobre tudo, e a debitar asserções dogmáticas para alguém comer ao pequeno almoço. Estou farto desse tipo de textos de opinião que descambam em guerrilha ideológica e que pouco ou nada de construtivo trazem ao mundo. Eu quero que este seja um espaço informal. Um espaço de partilha das minhas visões e opiniões sobre os mais variados temas que fazem parte das nossas vidas. E que dessa partilha façam cada um de vocês a vossa reflexão e cheguem às vossas próprias conclusões. No fundo, quero ser aqui um estímulo ou um abanão que desperte a curiosidade e racionalidade das pessoas. Que as mobilize e as torne socialmente mais ativas, críticas, informadas e participativas. Seres humanos mais plenos, cultos e esclarecidos, pois da reflexão vêm o conhecimento e compreensão pessoais e mútuos.

Todos os meses tentarei trazer um novo tema sobre o qual acredito que possamos ter algo em que pensar. Temas diversificados, dos quais possam nascer ideias ou alegorias relevantes. Acima de tudo quero que este espaço seja marcado pela liberdade. Sinto que fazem falta na comunicação social espaços de liberdade crítica para o leitor, em que uma dada situação lhe é simplesmente apresentada e, no máximo, comentada. Mas em que lhe é dado o espaço para que ele possa vaguear dentro das sua próprias ideias e interrogações. Um pouco como quando lemos um livro e nos é contada uma história, mas em que somos nós que a desenhamos nas nossas cabeças. A evolução não nasce de certezas. Nasce de dúvidas, questões e da criatividade para as responder.

Teremos aqui discussões sem tabus e sem medos de controvérsia, pois acredito que temos que ter a capacidade de falar sobre qualquer assunto e de o discutir e analisar respeitosamente. Sem medo da nossa própria ignorância e de esta ser posta à prova ou revelada, tendo coragem para a assumir e aprender com os outros justificadamente. Sempre de forma descontraída. Sempre num ambiente aberto e tolerante. Nunca na procura de verdades absolutas, mas da verdade de cada um e de como a fazer funcionar em sociedade. Neste espaço falaremos do presente, do passado e projetaremos o futuro. Sempre ao sabor da maré. Sempre juntos.

Entramos num novo ano e, com ele, numa vida nova do meu jovem espaço de crónicas. Uma vida mais próxima daquilo que acredito que este espaço deve ser. Uma vida mais próxima do mundo das redes sociais e opinião pessoal que temos hoje. Uma vida mais próxima das pessoas e do que elas procuram.

Isuvol
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