Dívida e Cartagua aquecem reunião de Câmara

 

Os ânimos exaltaram-se na última reunião de Câmara do Cartaxo, realizada na segunda-feira, 4 de abril, entre o presidente do Município, Pedro Ribeiro, e a vereadora do Movimento Pelo Cartaxo, Élia Figueiredo, por trocas de mensagens na rede social facebook, relativas ao processo da empresa Tá na Hora Audiovisuais.

Painel Camara Cartaxo 1536

Recorde-se que a empresa reclama o pagamento de uma dívida com mais de seis anos, superior a 7800 euros mais IVA. O problema, segundo o presidente da autarquia, é que não existem na Câmara documentos que permitam este pagamento, uma vez  que nunca foram efetuadas as respetivas requisições de serviço.

Pedro Ribeiro começou por considerar que “ainda bem que ele foi para as redes sociais, até porque o Rodrigo Palmeiro já aqui veio algumas vezes e, da vossa parte, não tinha registado, até essa altura, grandes manifestações em relação a este problema. Ficamos a aguardar as soluções que tiverem para apresentar. O problema, de facto, teve origem no mandato anterior, sob a presidência do eng.º Paulo Varanda com a sua equipa e, portanto, acho que era mais interessante discutirmos aqui, olhos nos olhos. Já teve aqui várias vezes oportunidade para o discutir olhos nos olhos, nunca o fez. Só ouvi silêncio dessa parte. Mas tem aqui hoje a oportunidade para, por um lado, dizer o que é que pensa disso, se acha que os procedimentos foram corretos, se é assim que se trabalha, e quais as soluções que têm para resolver este problema”.

Élia Figueiredo esclareceu não ter sido ela a levar o assunto para as redes sociais, “agora, acho que, de facto, não foi de bom tom estar a mexer no Movimento Pelo Cartaxo, e dizer que o Movimento Pelo Cartaxo teria de se pronunciar sobre uma situação do executivo passado”. “O Movimento Pelo Cartaxo só tem de se pronunciar relativamente a soluções e encontrámos todas essas soluções em conjunto com o sr. presidente. Foi isso que eu lhe disse nas redes sociais. Agora, estarmos a acusar o Movimento Pelo Cartaxo, que é constante, seja da Cartagua, seja do que quer que seja, porque nós fomos liderados pelo eng.º Paulo Varanda… Mas o eng.º Paulo Varanda era presidente da Câmara nessa altura, neste momento lidera o Movimento, e nós temos um mandato, que eu saiba, desde 2013. Portanto, acho que não é digno nem é bonito o que o presidente fez”, acrescentou a vereadora. E prosseguiu, dizendo que “Nós não vimos nada. Não sei se os meus colegas viram. Eu, até agora, não vi. Ouvi o sr. presidente dizer, numa reunião de Câmara, que tinha lido as mensagens trocadas, via facebook, com o eng.º Paulo Varanda e o Rodrigo Palmeiro. E a partir daí não sei de mais nada, não sei se houve circuito, se há documentos, se os serviços técnicos desta autarquia têm algum registo. É isto que eu pergunto”.

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“Eu aqui, dessa parte, só vejo silêncios. Soluções tenho visto zero, ou próximo do zero, e assumir responsabilidades, zero. Aliás, cai no descaramento de dizer que o eng.º Paulo Varanda ‘era, na altura, eleito pelo Partido Socialista, que o sr. presidia e que tinha confiança’. Fez uma avaliação em função de dois casos, e um deles, talvez o mais decisivo, tenha sido a forma como o processo Cartagua, ao qual os senhores também nunca têm ou pouco ou nada para dizer. Já foram aqui feitas várias perguntas, e hoje têm mais uma oportunidade para responder. Vou-lhe fazer uma pergunta direta: acha normal, na revisão do contrato, no adicional, a Câmara receber um aumento de 30 por cento e isto ser omitido nas diferentes comunicações que o eng.º Paulo Varanda, enquanto presidente da Câmara, fez na altura? Acha normal? É sim ou não? Segunda pergunta: sendo uma matéria tão importante, acha normal, para além da omissão à população, que isso não tenha sido mandado estudar? Terceira pergunta: acha normal que nenhum serviço técnico da Câmara tenha sido envolvido nesta matéria? São três perguntas simples, que eu agora pedia, mais uma vez, à senhora que respondesse”, referiu Pedro Ribeiro.

“Eu não posso responder nem si nem não. Eu não vi as documentações anteriores. Eu não posso justificar, enquanto vereação do Movimento Pelo Cartaxo Paulo Varanda, eu não posso dizer se sim ou não. Eu não acompanhei o processo, não avaliei o processo, não estive por dentro do processo. O sr. presidente diz-me que não existem pareceres técnicos, quando eu sei que existiram pareceres técnicos, sim, dentro da Câmara, existiram pareceres do ERSAR. Se foram corretos ou não foram corretos, eu não me posso pronunciar sobre isso. O senhor presidente é que fez agora um pedido, e nós todos aceitámos que o senhor presidente fizesse esse levantamento, esse relatório, que já está em sua posse há quatro meses, e que nós, pelo menos eu falo pelo Movimento, não temos conhecimento do mesmo”, disse Élia Figueiredo.

Pedro Ribeiro garantiu que o processo foi distribuído a todos os vereadores, houve uma reunião com a Cartagua, e o Movimento Pelo Cartaxo “foram convidados. Esteve o PSD, esteve a CDU, esteve o BE, e a única força política que se apresentou a eleições que não marcou presença foram todos os elementos pelo Movimento Pelo Cartaxo”.

“Eu tenho que dar a minha opinião quando o senhor presidente me mostrar o relatório de prova que, de facto, esse aumento de 30 por cento é demasiado”, concluiu a vereadora.


 

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