A Câmara Municipal apresentou publicamente o projeto para o estacionamento pago no Cartaxo. Esteve bem o Executivo por ouvir e dialogar com os cidadãos, é democrático, é barato e pode evitar pequenos disparates.
Sobre o estacionamento pago apresentou a CMC um tarifário razoável ao nível monetário e ao nível de área abrangida. Valeu a pena o Referendo que recusou a concessão a privados por 30 anos realizado em 2011. O Presidente apresentou três propostas de zonas tarifárias, sendo que eu concordo com a que defende diferentes pagamentos para diferentes zonas. Com o que não concordo é não existir discriminação positiva para os moradores da zona vermelha (a mais cara).
Porque penso assim? Porque os moradores da zona vermelha já são os que pagam mais IMI (também de zona vermelha).
Ou seja, há um duplo castigo para estes cidadãos onde me incluo, estes moradores serão, caso este projeto avance, os que mais pagam impostos pelas suas casas e serão os que mais pagam para poderem estacionar o tão necessário pópó numa terra sem transportes públicos. Que vontade poderá haver em viver no Centro do Cartaxo? Que vontade poderá haver para fazer obras em imóveis para os arrendar no centro do Cartaxo? Afinal o que se pretende a médio-longo prazo para o desenvolvimento da cidade?
Como bem explicou o Presidente Pedro Ribeiro, as cidades não se devem desenvolver transformando os centros em “buracos” como os que existem nos Donnut’s, o doce está apenas à volta de um buraco. O centro do Cartaxo está a desertificar-se, com esta desertificação virá mais sensação de insegurança, menos comércio, menos negócios e menos vida.
Lanço daqui um apelo ao Executivo municipal, lutem pelo centro da cidade, sigam as políticas de Câmaras como a de Lisboa. Até no Chiado os moradores pagam menos estacionamento, é um direito para eles e é uma maneira que António Costa arranjou para combater a desertificação do centro de Lisboa.