Estes últimos dias vêm mostrar que os consumidores estão muito longe daquilo que são os seus direitos e até do que são os seus interesses. A cobrança da taxa de ocupação de subsolo aos consumidores de gás canalizado do concelho, que deixou muito boa gente de queixo caído, veio pôr a nu o desconhecimento da maioria das pessoas relativamente às suas opções de consumo, fruto muitas vezes da feroz concorrência dos agentes comerciais, nomeadamente na área da energia, em que as confusões entre distribuidor e operador da rede de distribuição, que são só um exemplo, mas bastam para o mote deste artigo: a maioria dos cidadãos não faz grande ideia do que está a consumir, nem do que está a pagar.
E isto acontece não só com direitos enquanto consumidor, mas também enquanto cidadão, levando-nos aos nossos deveres cívicos, mais concretamente, às eleições. Mesmo não tendo em conta estas últimas (presidenciais), porque foram realizadas em circunstâncias excecionais, a elevada taxa de abstenção no concelho (tal como no país), acima dos 50 por cento, demonstra bem o desinteresse das pessoas pelos destinos do seu país, do seu concelho e da defesa dos seus interesses enquanto cidadãos
Obviamente que é muito mais fácil e prazeroso estar nas redes sociais onde o entretenimento e o palco dão muito mais satisfação, do que ir assistir (não agora, devido às contingências da Covid-19) às reuniões de Câmara, sessões de Assembleias municipais ou de freguesia, onde se decidem coisas importantes para a vida dos munícipes e onde os mesmos podem tirar dúvidas, apresentar reclamações ou, tão simplesmente, acompanhar os trabalhos que os eleitos estão a desenvolver e assim poder decidir, em consciência, quem quer ver ao leme das autarquias. O mesmo pode – e deveria – acontecer a nível nacional, quando há vontade de saber o que se passa a nível local ou nacional, e sobre o que andam a fazer aqueles que elegemos.
Só estando informados, com as fontes certas, é que podemos participar conscientemente na vida pública, mesmo que seja com críticas nas redes sociais. É que já cansa ler e ouvir tanta barbaridade junta!
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