Nestas eleições autárquicas de 26 de setembro, houve muitas surpresas: a primeira, claro, a vitória esmagadora do PSD e, consequentemente, a grande derrota do PS, depois de 45 anos consecutivos de poder socialista. Os eleitores foram às urnas mostrar o seu descontentamento e isso traduziu-se em mais votos para o PSD, que há décadas anseia por este momento. Nada surpreendente é a taxa de abstenção, que desceu apenas um ponto percentual, mantendo-se muito elevada (47,5%), acima da média nacional, sendo óbvio que não foram os habituais abstencionistas a promover esta mudança de poder no concelho.
Tal como revelou o inquérito realizado pelo Jornal de Cá, em julho, apesar de uma grande percentagem de indecisos, à época, a maioria dos inquiridos dava o seu voto ao PSD, mas curiosamente a grande maioria indicava o PS como vencedor das eleições, demonstrando a descrença numa possível (e, para muitos, desejada) mudança.
A descrença de uns e a confiança de outros, alguns bem instalados, levou à desconfiança e à tentativa de descrédito deste inquérito (e não sondagem, como frisámos desde o início), como se não passasse de uma manobra de manipulação da opinião pública, risível, até. Mas lembramos que neste inquérito ficou demonstrada uma insatisfação geral dos inquiridos com a gestão do executivo PS, com uma boa percentagem de simpatizantes deste partido a afirmar que o seu voto nestas eleições iria para o PSD.
Os sinais da mudança histórica que se veio a verificar no Cartaxo nesta noite de eleições autárquicas estavam à vista, mas houve quem não quisesse ver e quem não acreditasse. Daí a grande surpresa para todos, sem exceção, quando os primeiros números começaram a ser revelados e a materializar a mudança de ciclo no concelho.
E chegada a hora da mudança, coragem aos que a apregoam e que agora tomam em mãos o rumo do município do Cartaxo.
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