O nosso país tem um passado muito triste quanto à Educação. Em 1964, já a Espanha do ditador Franco tinha dez anos de escolaridade obrigatória e ainda nós caminhávamos da 4ª classe para os 6 anos de escolaridade.
Só dez anos mais tarde, com Abril, a Educação foi considerada, em democracia, como um direito de todos e, com muitas dificuldades, a escola afirmou-se nas nossas vidas e na vida dos nossos filhos. Dos seis anos passámos a nove em 1986 e, mais recentemente, a doze anos de escolaridade obrigatória, ainda não conseguidos na realidade.
Está provado que os países cujos povos têm níveis educativos mais elevados encontram melhores soluções para os seus problemas. Está também provado que os países com melhor educação são os que têm menos corrupção e democracias mais participativas. Está ainda provado que quanto maior é o nosso grau de qualificação, menos ficamos prisioneiros do medo e mais somos capazes de alcançar o bem estar individual e colectivo.
Educação: PERIGO IMEDIATO, quer dizer que, à sombra da crise financeira e económica que nos devasta, da pobreza que ameaça, do desemprego que assusta, se tem debatido muito pouco a EDUCAÇÃO.
E o panorama é terrível.
O actual governo passou a considerá-la como um Custo e não como um Investimento nas pessoas e na sociedade. Daí, corta e torna cortar. Somos hoje o país de toda a União Europeia que menos investe em Educação (3,8 por cento do PIB contra 7 por cento na Suécia). Voltou a selecção precoce, uns “eleitos” e outros “excluídos” dos estudos. O desemprego dos professores aumentou mais do que em qualquer outra profissão. O ensino superior passou de uma expectativa legítima para uma simples miragem. A Educação de Adultos desapareceu.
Tudo isto é um verdadeiro crime no país que somos, em que, por muito crentes que as pessoas sejam, bem sabem que não é Nossa Senhora de Fátima que lhes garante a casa, o pão e a educação. São os governos, é o Estado ao qual pagamos os nossos impostos.
A Educação é um bem comum. Não deixemos que destruam um caminho duramente conquistado. Não queremos o regresso a um passado de ignorância e de desigualdades de que já tanto sofremos!