Encontradas moedas de prata em sepultura junto à Igreja do Cartaxo
No decorrer das obras de requalificação do Largo de S. João Batista, no Cartaxo, foram encontradas várias ossadas humanas junto à Igreja.
No decorrer das obras de requalificação do Largo de S. João Batista, no Cartaxo, foram encontradas várias ossadas humanas junto à Igreja.
Segundo disse ao Jornal de Cá a equipa formada por um arqueólogo e uma arqueóloga que estiveram no terreno a fazer as escavações e o trabalho de investigação, até ao momento foram encontrados sete corpos sepultados no local, “este era um achado expectável, atendendo ao facto que até ao século XIX os corpos eram sepultados próximo das igrejas”. O que ninguém esperava era encontrar uma sepultura tão intacta com um corpo de um indivíduo do sexo masculino e “com um espólio tão importante e interessante”.
Os trabalhos que foram feitos junto à Igreja de S. João Batista, são trabalhos de arqueologia preventiva, após a descoberta das ossadas na sequência das obras de requalificação, explica a equipa de arqueólogos ao Jornal de Cá.
Ainda à espera da conclusão dos exames forenses e dos testes de datação, trata-se com uma grande probabilidade de um soldado estrangeiro do tempo das invasões francesas, que foi sepultado com uma carabina, um pequeno sabre e, o mais, surpreendente, um saco de couro com cinco moedas em prata do tempo do Príncipe Regente.
O exame de ADN irá revelar a origem geográfica deste militar, provavelmente um soldado britânico ou irlandês do tempo das invasões francesas. Fivelas e esporas foram também encontradas e pedaços de tecido que parecem indiciar que o uniforme é estrangeiro.
O Cartaxo foi quartel-general de Wellington durante cerca de quatro meses e as tropas britânicas estiveram acampadas e aboletadas no Cartaxo. Aliás a casa que serviu de quartel ao militar inglês encontra-se não muito longe do Largo de S. João Baptista, na antiga Rua Direita, atual rua Mouzinho de Albuquerque.
No período das invasões francesas o Príncipe Regente partiu para o Brasil, em 1807. D. João VI foi aclamado rei em 1816, durante a estada no Brasil, durante este período a cunhagem de moeda ressentiu-se e as emissões em ouro acabaram por ser escassas e, por isso, as moedas em ouro hoje são consideradas muito raras.
Esta foi a notícia de 1 de abril do Jornal de Cá, os factos históricos são verdade, é também verdade que foram encontradas várias ossadas humanas durante as obras de requalificação do Largo S. João Batista. Contudo não foi encontrado o espólio relatado na notícia.
