ERASMUS: aprendizagens para a vida

Por Elvira Tristão

Fazer parte da União Europeia significa partilhar políticas comuns. Assim, no âmbito das políticas europeias da Educação, Formação e Juventude, são desenvolvidos programas para: tornar a aprendizagem ao longo da vida e a mobilidade uma realidade; promover a qualidade e a eficácia da educação e da formação; promover a igualdade, a coesão social e a cidadania ativa; e reforçar a criatividade, a inovação e o empreendedorismo. Creio que os objetivos são inquestionáveis, obtendo a aprovação dos participantes e beneficiários dos programas que os concretizam.

Ao longo de 35 anos, o programa ERASMUS – inicialmente Life Long Learning Comenius – tem sido aquele que mais sucesso tem tido e o que mais contribuiu para a promoção e partilha dos valores europeus. Visa potenciar o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os cidadãos para o reforço da identidade europeia, do crescimento sustentável, da coesão social e da empregabilidade das pessoas; Promove o trabalho das organizações no âmbito de parcerias europeias ou internacionais; e fomenta a partilha de conhecimento e a inovação nas áreas da educação, formação, juventude e desporto.

Os alunos e os professores da Escola Secundária do Cartaxo fazem parte do vasto conjunto de intervenientes no programa ERASMUS, com inúmeros projetos de cooperação, envolvendo escolas de diferentes países europeus e outros países parceiros. Em 1996 realizou-se a primeira mobilidade, à República da Irlanda (Life Long Learning Comenius). Em 2002 os intercâmbios ganharam um novo ímpeto e a partir de 2014, em novos moldes, voltaram a ser objeto de incremento. Assim, têm sido muitos os alunos desta escola – talvez largas centenas – que visitaram escolas e locais na Europa e Turquia. Com interrupção no período de confinamento devido à Covid-19, a partir de 2021/2022, as mobilidades Erasmus+ foram retomadas, com os projetos MAST, Inspire, MEYE, ASSIST e “Flows of live”.

Estas mobilidades constituem um potencial de aprendizagens extraordinárias para estudantes e profissionais, e estou convicta de que as mesmas contribuem para o desenvolvimento de competências pessoais fundamentais para uma cidadania europeia ativa, assim como para a apropriação do conceito de aprendizagem ao longo da vida. São geralmente programas intensos e exigentes do ponto de vista do tempo despendido e da documentação exigida, que envolvem responsabilidades acrescidas ao trabalho dos professores envolvidos. Geralmente as mobilidades envolvem uma componente cultural e convivial que faz com que uma parte da comunidade (pais e docentes incluídos) julgue tratar-se de roteiros turísticos e programas de lazer. Esse é um dos privilégios dos participantes: o de fazer aprendizagens em contextos informais altamente enriquecedores. Mas que não se tenha a ilusão de que se viaja em turismo: as horas de trabalho diárias são muito mais do que um normal dia de aulas e a responsabilidade pelos estudantes é de 24h cada dia.

Enquanto profissional, estou grata às docentes que se têm envolvido na coordenação destes projetos, pela oportunidade de experienciar a sua importância. E estou convencida de que todos os alunos e respetivas famílias que deles beneficiaram concordarão comigo no balanço a fazer. Um testemunho: “(…) momentos fantásticos, nesta viagem concretizei muitos sonhos (…)”. Ficámos todos mais ricos com as experiências vividas e vale a pena continuar a participar nesta extraordinária aventura europeia, promovendo o reforço de uma identidade comum, uma cidadania mais ativa e uma Europa mais sustentável e coesa.

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