A Sociedade Gestora do ValleyPark conseguiu resolver grande parte dos imbróglios jurídicos que envolviam aquela Área de Localização Empresarial há anos e já é possível comercializar os lotes.
No final de 2016, este processo ganhou novo fôlego, com o aparecimento de uma sociedade que comprou os créditos à banca, “e isso, de alguma forma, veio facilitar os procedimentos naquilo que tinha a ver com o registo do Plano de Pormenor”, explica Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo.
A apresentação pública das condições de comercialização do ValleyPark decorreu na quarta-feira, 31 de maio, e contou com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Na ocasião, José Eduardo Carvalho, presidente do Conselho de Administração do ValleyPark, recordou que, apesar de cerca de 80 por cento dos investimentos imobiliários terem falido desde 2012, “neste, pelo contrário, há poucos meses, um grupo de investidores comprou os créditos que a banca tinha sobre a sociedade e vai dinamizar o projecto”. Este responsável disse, ainda, que “não nego que os índices de confiança no relançamento da atividade económica em Portugal estiveram na base da decisão de investimento. Acreditou-se no projecto, acreditou-se no País, investimos e vamos concretizar”.
O presidente da Câmara do Cartaxo, Pedro Ribeiro, começou por agradecer a Paulo Caldas e a José Eduardo Carvalho, mentores deste projecto, “e daquilo que havia associado a ele, que era o nó de acesso à auto-estrada. Diria que foram duas infraestruturas muito importantes para o nosso concelho e que, só ‘casadas’, permitiram-nos estar hoje aqui”, e também a Paulo Varanda, que antecedeu Pedro Ribeiro na presidência da autarquia, “que também seguiu o caminho que havia a fazer nesta caminhada longa, com muitos obstáculos, que tiveram de ir sendo ultrapassados”.
Pedro Ribeiro mencionou a elevada litigância que envolvia este processo, problemas de solvência da sociedade, as penhoras sobre os terrenos, as infraestruturas que ainda faltava fazer sob pena de terem de ser devolvidos os fundos comunitários, “e gostava de aqui sublinhar, do ponto de vista político, no concelho do Cartaxo, a estabilidade que foi dada para se poder trabalhar, e gostava de fazer essa referência nas pessoas do doutor Vasco Cunha, presidente da Assembleia Geral da nossa sociedade, e também do senhor Jorge Pisca, presidente do núcleo NERSANT do Cartaxo e membro do conselho de administração do ValleyPark, que muito contribuíram para que este assunto, do ponto de vista público, do ponto de vista político, passasse por esse clima de pacificação, que facilitou a resolução de todos os problemas”.
Este é, porventura, o momento mais importante no nosso concelho,
nos últimos 20 ou 30 anos.Pedro Ribeiro
São 30 hectares e mais de 60 lotes de 500 e mil metros quadrados que podem, agora, ser comercializados, “que podem ser emparcelados, não há condicionante para qualquer tipo de indústria, desde que não poluente, se possa instalar nesta área com vantagens competitivas que eu julgo que estão à vista de todos”, como a localização geográfica, a centralidade, as acessibilidades, a proximidade de Lisboa, “com esta vantagem de sermos Alentejo, que assegura melhores condições de financiamento para as empresas, para os laboratórios, que queiram aqui instalar-se. E isto, hoje em dia, é uma grande vantagem competitiva”, realçou Pedro Ribeiro. Além disso, o ValleyPark “sendo um terço mais barato do que a zona que nos faz aqui mais concorrência, que é o Carregado, e sendo o Carregado Lisboa, também na concorrência mais direta julgo que temos uma larga vantagem”.
“Este é, porventura, o momento mais importante no nosso concelho, nos últimos 20 ou 30 anos”, resumiu Pedro Ribeiro.
O ministro considerou que “este parque é um bom exemplo do bom momento que o Cartaxo vive, e os bons momentos que se vivem, sabemos, dão muito trabalho de todas as instituições públicas aqui envolvidas, mas também muito trabalho das instituições privadas que acreditaram neste projecto. Mas do bom momento, também, que vive o País”.
Manuel Caldeira Cabral acrescentou que este “parque é um bom exemplo de algo que ficou pelo caminho, mas é um bom exemplo de algo que está a ser retomado e tem todas as condições para ter sucesso. Em primeiro lugar, a localização. De facto, não só a uma distância curta de Lisboa, a pouco mais de 50 quilómetros, mas perto de eixos rodoviários; e em segundo lugar, o bom planeamento, o ser infraestruturado”.
“Este ordenamento do território que é, também, um fator de competitividade que eu penso que devemos elogiar”, acrescentou o governante, que disse acreditar que “vejo o acreditar que este parque vai estar cheio de empresas dentro de poucos anos, vejo esta convicção na Câmara do Cartaxo, mas vejo também nos promotores desta iniciativa”, finalizou.
Neste parque de negócios o índice de construção é de cem por cento, com uma cércea de 15 metros (podendo ser superior), portaria, gás natural, fibra ótica, zonas verdes de protecção e enquadramento, ciclovias, estacionamento, áreas de lazer e de desporto e áreas de serviços.
Esta é a primeira fase do ValleyPark. Os restantes 55 hectares situam-se no vizinho concelho de Santarém, e avançarão posteriormente.