No século passado, uma Universidade nos EUA realizou uma experiência de psicologia social em que deixou duas viaturas idênticas, abandonadas na via pública. Uma numa zona pobre e conflituosa e a outra numa zona rica e tranquila. Em poucas horas a viatura abandonada na zona má começou a ser vandalizada, mas a outra viatura manteve-se intacta. Os pesquisadores partiram então um vidro no automóvel intacto e o resultado foi que lhe aconteceu o mesmo que ao do bairro pobre. Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação e inicia esses mesmos processos.
Esta experiência foi a base para teorias horripilantes sobre como diminuir a criminalidade nas cidades mas esse é um assunto que não nos interessa nesta crónica, no entanto uma coisa parece ter provado, o desleixo é maior nas zonas onde o descuido e a sujidade são maiores. Se se parte um vidro de uma janela de um edifício, muito rapidamente todos estarão partidos.
Os espaços públicos deteriorados e abandonados pelas autoridades, e pela maioria das pessoas, são progressivamente ocupados pelo desleixo, sujidade e mais tarde pela delinquência.
Considero que os cidadãos também são responsáveis pela limpeza e manutenção da nossa terra, no entanto e dado o abandono a que o Cartaxo foi votado pelas anteriores equipas camarárias dos presidentes Paulo Caldas e Paulo Varanda, cabe à equipa de Pedro Ribeiro dar o primeiro passo para o conserto do primeiro vidro partido, ou no caso cartaxeiro fazer uma limpeza básica e constante do espaço público. Afinal e aplicando esta teoria ao Cartaxo, quem partiu o primeiro vidro, foi Paulo Caldas, foi a Câmara Municipal.
Exigir aos cidadãos que mantenham tudo limpo, exigir que tenham fachadas das suas casas arranjadas ou pedir que participem em ações rotineiras de arranjos de jardins, fingindo não haver vidros partidos é um disparate sem consequências práticas. Era bom que os responsáveis políticos refletissem nestas experiências…