O centro do País continua a ser devastado por incêndios. Desde sábado, quando o ‘inferno’ começou, já arderam milhares de hectares de florestas, habitações, veículos e, pior que tudo, já se perderam demasiadas vidas.
A discussão já é velha: existe muita legislação, mas uma dificuldade imensa de a colocar em prática, a floresta não está ordenada e muito menos limpa e as críticas quanto aos meios, que parecem nunca ser os suficientes ou colocados nos locais mais necessários, chovem a cada verão.
Mas… e se um incêndio destas proporções nos bater à porta?
Antes que ele chegue, há que prevenir, aconselha o comandante dos Bombeiros Municipais do Cartaxo, David Lobato. E essa prevenção é simples: basta limpar uma faixa de 50 metros em volta das casas e/ou propriedades, criando uma faixa de contenção. O princípio é simples, se não houver combustível, o fogo acaba por se extinguir. E ainda há tempo, lembra o comandante, acrescentando que “se toda a gente limpasse, os bombeiros não tinham de se preocupar com as casas e a área ardida seria consideravelmente menor”.
Não obstante, se as chamas continuarem a avançar, o melhor é mesmo “evacuar e ir para local seguro. É pegar no carro e fugir na direção contrária às chamas”, lembra o comandante.
Até porque, acrescentamos nós, os atos de heroísmo (ou teimosia?) dão, muitas vezes, péssimos resultados.
Incêndios têm dado tréguas aos Municipais do Cartaxo
Para já, e apesar dos muitos fogos que têm deflagrado por todo o País, a situação mantém-se calma no quartel dos Municipais do Cartaxo. Nas últimas duas semanas, por exemplo, para além das intervenções em teatros de operações no concelho e concelhos limítrofes (incêndio urbano na Ereira e alguns focos de incêndios rurais), os Bombeiros Municipais do Cartaxo foram chamados, no sábado, para três incêndios no distrito de Santarém – Abrã, Ferreira do Zêzere e Abrantes -, onde estiveram com duas viaturas e sete homens.
No incêndio de Pedrógão Grande apenas esteve o adjunto de comando, Vítor Rodrigues, que foi render um dos comandantes do grupo de Santarém. No entanto, Vítor Rodrigues já foi desmobilizado deste teatro de operações, onde permaneceu apenas 24 horas.