Embora situada num planalto, Pontével está rodeada de água, um bem indispensável à vida.
Além da água dos regatos, ribeiros e dos rios, que ainda hoje envolvem a Vila, Pontével tinha também as Fontes de Mergulho. São uma herança dos romanos, desenvolvida pelos árabes e que foram revitalizadas no séc. XVIII e XIX.
Uma Fonte de Mergulho é constituída por uma espécie de poço com pouca profundidade, cerca de dois metros mais ou menos, coberto por uma abóbada, que recebe a água dum nascente; esta água vai saindo para um ou dois tanques de dimensões diferentes, e o excesso corre para uma regueira que se junta também ao ribeiro mais próximo. Toda esta estrutura é feita com pedra e cal mas com algum embelezamento; no cimo da porta da fonte tinha quase sempre decoração; outras, cujos seus proprietários eram pessoas mais abastadas apresentavam a fachada forrada a azulejos.
Para se utilizar a água destas fontes, metia-se lá dentro o cântaro e assim se retirava a água; por isso estas fontes também eram conhecidas por Fontes de Chafurdo e muitas vezes acusadas de transmissão de doenças, razão porque foram sendo substituídas por fontanários.
Pontével tinha várias Fontes de Mergulho; um bom exemplar situava-se na zona dos Lameiros e era conhecida pela Fonte Chocalho, destruída quando da construção da variante que liga Aveiras de Cima ao Cartaxo; era um revivalismo do Poço de S. Bartolomeu de Vale da Pinta, e tinha uma placa de pedra com a seguinte legenda: “Fonte de S. Bartolomeu, 1874”.
Esta placa encontra-se exposta no Salão de Exposições da Junta de Freguesia de Pontével.
As fontes do Moinho Lobo, de Santa Luzia, uma outra próximo dos Casais da Charneca, a dos Casais Telégrafos, eram fontes de mergulho, hoje já transformadas. Nos Casais da Amendoeira, no sítio da Tagalhanas, existe ainda uma Fonte de Mergulho de traça antiga, numa propriedade privada, em pleno funcionamento.
Na Quinta da Gerarda, em Pontével, encontram-se as mais bonitas Fontes de Mergulho; são a Fonte de S. Luiz e a Fonte de Santa Luiza, mandadas construir no séc, XIX pelo Sr. Manuel Duarte Martins Carneiro certamente em homenagem aos seus filhos, Luiz e Luiza. A Fonte de S. Luiz apresenta a fachada revestida a azulejo tendo ao centro um quadro de S.Luiz; a de Santa Luiza, tem uma entrada coberta, e dois bancos laterais; sobre a abertura da fonte ostenta um quadro de azulejo com a imagem de Santa Luiza.
Esta água, era vendida como água mineromedicinal com o seguinte informação: Água da Gerarda, Pontével. Hipossalina, bicarbonatada e sulfatada cálcica e magnésica.
*A autora não adopta o acordo ortográfico vigente.