Há falta de bombeiros no Cartaxo

“Hoje fazemos mais serviços de socorro do que fazíamos no ano passado e no ano anterior", afirma João Heitor

A falta de bombeiros no quartel do Cartaxo não é um problema de hoje, só que antes apesar de haver “apenas quatro turnos, não existia a limitação do pagamento de horas, então os nossos bombeiros estavam sempre a fazer horas extraordinárias para compensar esta falta de operacionais. Agora não podendo pagar horas extraordinárias tivemos de fazer cinco turnos, ou seja, baixou o número de efetivos disponíveis por turno para o socorro. O ideal seria ter oito a dez bombeiros disponíveis, mas o que acontece é que temos apenas quatro ou cinco, o que permite sair duas ambulâncias e o quartel fica sem ninguém”, explica João Heitor, ao Jornal de Cá.

“Hoje fazemos mais serviços de socorro do que fazíamos no ano passado e no ano anterior, pois estamos a responder a mais pedidos porque havendo dois bombeiros no quartel, comigo saem sempre para o socorro, mesmo que o quartel fique vazio, pois não me interessa tê-los lá parados”, garante o presidente da câmara.

Segundo o presidente da Câmara, João Heitor, há documentos legais que estabelecem que não se pode pagar horas extraordinárias, para fazer o trabalho da linha, aos trabalhadores integrados na carreira de bombeiro municipal.

Apenas são pagas horas extraordinárias quando ocorre a prevenção de algum evento, corridas de touros, atividades de corrida, situações excecionais ao dia a dia, porque é previsto por lei.

Por isso, foi aberto um concurso que decorreu de 11 a 31 de outubro, com o objetivo de angariar mais pessoal para se poder arranjar reforços, “com uma consciência enorme de que estamos frágeis na capacidade de prestar socorro e que isto resulta da decisão, que já vem do antigo mandato, de se passar estes operacionais para sapadores sem salvaguardar que se tem meios humanos disponíveis”, afirma João Heitor.

A juntar a este problema temos, as baixas por acidente, maternidade e paternidade e o desequilíbrio financeiro pelo qual o Município está a passar, que tendo em atenção a lei do orçamento de estado não é permitido gastar mais dinheiro em recursos humanos do que se gastou à data do 31 de dezembro do ano anterior. Ou seja, para se contratar estes cinco bombeiros para reforço, tem de se deixar de contratar outros operacionais para outras áreas.

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De forma a cativar as pessoas a voluntariarem-se para serem bombeiros, Fernando Amorim, vereador do PS, sugere que se ofereçam regalias ou benefícios. Entre as sugestões estão acordos com a Cartágua para que tivesse alguma condescendência ou criasse um escalão de apoio social, na recolha dos resíduos sólidos que acrescenta, “depende diretamente da câmara municipal” podiam também beneficiar da taxa social. Outras ideias são por exemplo beneficiarem de taxas nos equipamentos municipais, como o centro cultural ou o museu do vinho, ou ainda para os seus descendentes, beneficiarem de material escolar, atribuição de um computador, entre outros.

Em resposta a estas sugestões, João Heitor garante que “o que depende de nós vai acontecer e se tivermos a oportunidade de ter mais parceiros para colaborar nestes benefícios para os bombeiros voluntários que também merecem um bocadinho de apoio e valorização, ainda melhor”.

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