Foi há 32 anos que aconteceu o trágico acidente na Escola Secundária do Cartaxo, vitimando dois alunos e deixando dezenas de outros, assim como a professora, com marcas profundas para toda a vida.
Aconteceu numa tarde de sexta-feira, dia que muitos cartaxeiros jamais esquecerão, uma fuga de gás que provocou a tragédia e marcou física e psicologicamente aqueles alunos com idades entre os 13 e 15 anos. A falta de uma torneira de segurança no terminal de gás no interior de uma bancada fez com que que o gás se acumulasse na sala, destinada a aulas de química, mas onde decorria uma aula de Educação Visual do 8º C, dando lugar a uma explosão. Na altura, depois de apurados os factos, o Estado ficou responsável pelo ocorrido.
Vasco Cunha, atual vereador na Câmara Municipal do Cartaxo, foi decisivo no desbloquear do processo de indemnizações às vítimas, que se arrastava desde 1985, quando assumiu o cargo de deputado do PSD na Assembleia da República, em 2002, contando com o apoio de Ana Benavente, ex-secretária de Estado da Educação. As vítimas foram indemnizadas pelo Estado com valores monetários relativos a danos morais, em 2003.
A foto é de há dois anos, quando os antigos alunos da turma que sofreu os efeitos do acidente, se reuniram num almoço de fraterno convívio, em que o Jornal de Cá esteve presente. Durante a manhã, foram depositadas coroas de flores – com 30 flores cada, uma por cada ano passado – nas campas dos dois colegas falecidos: Carla Bruno, do Cartaxo, e Fernando Seabra, de Vila Chã de Ourique. O professor Mário Gonçalves esteve presente em representação da Escola Secundária do Cartaxo. Num ambiente de confraternização o almoço serviu para juntar, pela primeira vez nestes trinta anos, quase todos os antigos alunos do malogrado 8º C, de 1985.