Fevereiro, “gravaneiro” lá diz o velho ditado; mas Fevereiro é também o mês dedicado a Nª Srª da Purificação, igualmente conhecida por Nª Srª das Candeias ou da Oliveira, por ser a protectora das oliveiras. Daí que no dia 2 de Fevereiro, seja hábito fazer-se fritos para que as oliveiras ganhem flor e produzam azeite, para o consumo e para alumiar a Srª das Candeias. Pontével vai mais longe, e no dia da Srª das Candeias faz uma procissão em rua honra.
Mas a Srª da Purificação é a padroeira de Pontével e podemos venerá-la no altar frontal direito na Igreja Matriz, e em simultâneo admirar o interior desta bonita e antiquíssima igreja, classificada como Monumento de Interesse Público pelo decreto nº29/84 de 25 de Junho de 1984.
É uma igreja contemporânea da fundação da nacionalidade, pois D. Afonso Henriques “incorporou a igreja de Stª Maria do Pontevale,” assim se chamava, na Comenda de S. João do Alporão de Santarém.
Da antiga igreja, pouco nos resta, o que vemos hoje, é uma reconstrução do séc XVll que se deve a António Boto Pimentel, comendador da Ordem de Malta, que aqui residiu e faleceu em 1614, encontrando-se sepultado em túmulo brasonado no centro da capela mor.
Está esta igreja revestida de azulejo do séc. XVll, tipo “padrão e “tapete”, também conhecido por azulejo Mudéjar, por ser de origem árabe.
Além do altar mor, e dos dois altares frontais de rica talha dourada do séc XVlll, apresenta pinturas grotescas nos arcos dos altares laterais e no arco triunfal que separa o corpo central da igreja, da capela mor, assim como nas colunas dóricas que suportam o coro, e no púlpito. O tecto do corpo central de igreja, é de madeira, em três planos, e tem ao centro uma pintura do séc XlX, o Brazão da Ordem de Malta; no tecto da Capela Mor, além das pinturas grotescas do séc XVll, descobertas recentemente, tem no centro uma pintura do séc XlX de Nª Srª da Conceição.
Tem esta Igreja um núcleo museológico de que me ocuparei no próximo número.