A população da União Europeia caracteriza-se, atualmente, por reduzidas taxas de fecundidade, atrasos na maternidade e cada vez menos filhos entre as gerações mais jovens, sendo que todos os seus Estados-membro apresentam valores de fecundidade inferiores ao necessário para a renovação de gerações – 2,1 filhos.
Países como Portugal, Itália e Espanha encontram-se há muito numa situação preocupante no que concerne à sua “saúde demográfica”. E, apesar das medidas existentes, as mulheres são ainda muito prejudicadas pela falta de verdadeiro investimento na melhoria da sua qualidade de vida, trabalho e possibilidade de criar família. Por outro lado, temos a questão fraturante da imigração que, embora seja decisiva para o futuro demográfico de Itália e importante para a economia transalpina, gera um ruído social e encontra na sua politização extrema enormes dificuldades para que possa ser resolvido, ou pelo menos tratado, de forma eficaz e digna. Em Espanha e Portugal, ainda que o debate não seja tão aceso, tem vindo a ganhar relevo.
O futuro não se avizinha promissor para a populações do Sul do Velho Continente. Um aumento significativo da fecundidade não está para breve e as medidas para combater este inverno demográfico parecem ainda muito distantes. Somente uma grande mudança de mentalidade e uma deslocação deste problema para seio da agenda política parecem ser uma solução viável para se contrariar esta morosa e custosa tendência.
Embora permitir que as pessoas vivam mais tempo seja um brilhante feito do engenho humano, o envelhecimento da população também apresenta desafios significativos para as economias e sistemas de segurança social europeus. A transição demográfica é vista como um dos maiores desafios que a União Europeia enfrenta atualmente e Portugal é a face de uma Europa cada vez mais antiga.