Apesar de ultimamente ter sido seriamente amputada do seu recinto habitual e até vaticinada a sua extinção, a centenária Feira dos Santos continua, anualmente, a constituir uma referência festiva do Cartaxo.
Efetivamente, no final de outubro/princípio de novembro, embrulhada no cheiro da castanha assada e enfeitada com o bulício colorido de luzes e sons, aparece de novo a Feira tradicional, alguns anos atrás acrescentada de um certame com as principais atividades produtivas do concelho (hoje, mais da região!).
No entanto, o percurso promocional da Feira não tem sido o melhor, refletindo uma falta de entrosamento entre a cidade, a população e o certame.
Hoje, há que equacionar novamente o seu figurino, delimitar um espaço próprio (e respeitá-lo!), cuidando melhor da sua promoção exterior e sobretudo, envolver na sua realização os agentes económicos, sociais e culturais do Cartaxo. Pelo menos o bulício e a mística da Feira, deve começar por ser anunciada nas entradas da cidade e prolongar-se pelas suas principais artérias, sobretudo as comerciais. Não é preciso trazer o recinto da feira, caracteristicamente desordenado, para o centro da cidade, já que isso seria inviável, não só fisicamente, como teria elevadíssimos ónus urbanísticos e ambientais.
Agora, “envolver” toda a dinâmica do Cartaxo na grande Festa da Feira, é possível e desejável. Ou seja, mostrar aos forasteiros que nos visitam, que a cidade está engalanada para os receber, que a atividade mercantil da Feira inicia-se ao longo das suas principais ruas da cidade por via do seu comércio tradicional e que o Cartaxo é, acima de tudo, uma “terra viva e amistosa”, com longa história.
”Envolver” toda a dinâmica do Cartaxo na grande Festa da Feira, é possível e desejável. Ou seja, mostrar aos forasteiros que nos visitam, que a cidade está engalanada para os receber.
Desta forma, é aproveitar, positivamente, toda a dinâmica diversificada do certame centenário em prol da cidade que o promove e do município que o paga!
Salvo erro, desde 1978, foi acrescentado à tradicional Feira, um recinto próprio com uma mostra das atividades produtivas do concelho. Foi a forma, então, encontrada, para aproveitar a presença de milhares de visitantes e a promoção do certame, para dar a conhecer e valorizar a economia do concelho. Porém, de há alguns anos para cá, decerto por razões próprias, esse certame foi perdendo vitalidade e, progressivamente, transformado em uma mostra mais de atividades da região e menos das empresas do concelho do Cartaxo.
Hoje, aproveitando as novas exigências dos tempos, torna-se necessário valorizar o certame, incentivando empresas industriais ainda não representadas. É necessário demonstrar que o Cartaxo não se conforma, de forma alguma, em ficar apenas pelo slogan “Capital do Vinho”. Há que saber alavancar a sua economia em atividades agro industriais, não desperdiçando as suas potencialidades agrícolas, geográficas, e estratégicas. Sobretudo, há que acreditar numa Feira dos Santos, que sem perder a sua identidade, saiba rejuvenescer-se e modernizar.