Mª José Campos e Mª Emília Palhinha homenageadas com medalha de Mérito Municipal

A elevação do Cartaxo a concelho aconteceu há 204 anos. A data foi assinalada esta terça-feira, 10 de dezembro, no Centro Cultural do Cartaxo, com uma sessão solene que distinguiu duas mulheres com os diplomas e medalhas de Mérito Municipal: Maria José Campos e Maria Emília Palhinha, por relevantes serviços prestados ao Município, numa cerimónia presidida por Maria do Céu Albuquerque, ministra da Agricultura.

Mas já vamos às homenageadas.

A sessão solene abriu com a intervenção do presidente da Assembleia Municipal, Augusto Parreira, que começou por dizer que este era o dia para “celebrarmos novamente o Cartaxo, o concelho e as suas gentes” e que esta celebração “é o momento que nos deve fazer recordar todos aqueles que, ao longo da nossa história, em contextos radicalmente diferentes, contribuíram a seu modo para que este concelho se tenha tornado no que ele é hoje: um local agradável, de encanto e de belezas únicas pelas suas características”. Um concelho “dotado de excelentes acessibilidades, dotado de boas infraestruturas e com uma imagem bastante positiva”, acrescentou, deixando um agradecimento a Maria José Campos e a Maria Emília Palhinha pelo seu contributo para um Cartaxo melhor.

Pedro Ribeiro, presidente da Câmara do Cartaxo, realçou que “ver tanta gente neste Centro Cultural, a honrosa presença da senhora ministra e de tão ilustres personalidades e instituições do nosso concelho e da nossa região confere a esta cerimónia a projeção e o alcance dignos das personalidades ímpares que aqui, hoje, homenageamos. Com efeito, esta distinção que vos foi atribuída representa, para além do justo reconhecimento público que vos era devido, um testemunho forte de gratidão de toda a nossa comunidade e partilhada por todos”.

Dirigindo-se a Maria José Campos, salientou que “a sua vida confunde-se com a luta pela liberdade e pela democracia no nosso concelho, pela implementação e pela afirmação do Poder Local Democrático, e pela proximidade e defesa das nossas populações”.

Em relação a Maria Emília Palhinha, Pedro Ribeiro destacou “os méritos extraodinários da sua personalidade e a grandeza da obra humanista que realizou enquanto professora da Escola Secundária do Cartaxo e que prossegue na Universidade Sénior do Cartaxo. Para além do muito que fez e daquilo que é visível, arrisco afirmar que aquilo que deixou de mais importante nesta nossa comunidade foram os ensinamentos aos alunos, a sua amizade, o seu carinho, os valores da diversidade e de um mundo multicultural que cultivou em cada um deles e em cada um de nós”.

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“Queremos que os exemplos de Maria José Campos e de Maria Emília Palhinha nos inspirem. Que nos inspire a dar um novo impulso à nossa terra e que olhemos o futuro com mais esperança e com mais determinação”, desejou o autarca.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, disse que esta “é uma noite quente de afetos, quente no carinho, quente naquilo que aqui todos estamos a sentir Porque estamos a reconhecer, porque estamos a comemorar, mas também porque estamos aqui a passar um testemunho de duas grandes mulheres que servem de exemplo hoje, aqui, ao serem homenageadas, para podermos todos aspirar a ter um mundo mais humanizado, onde cada um e cada uma tenha o seu lugar e a sua oportunidade”.

Mas a noite era das homenageadas.

Maria Emília Palhinha é natural de Évora mas reside no Cartaxo desde 1969. É licenciada em Artes Plásticas – Pintura, tendo dedicado a vida ao ensino. Neste âmbito, foi coordenadora do Grupo e do Departamento de Expressões da Escola Secundária do Cartaxo, integrou o Clube Europeu de Artes e Letras e dinamizou o desfile anual de máscaras venezianas. Divulgou internacionalmente o ensino das artes nas escolas, com exposições dos quadros dos alunos nos Estados Unidos, criou o tridimensional a partir da reciclagem dos módulos do muro da escola e o monumento comemorativo dos 30 anos da Secundária, criou, dinamizou e promoveu as “7 Maravilhas do concelho do Cartaxo”, entre muitas outras atividades. Presentemente, leciona História da Arte, Desenho e Pintura na Universidade Sénior do Cartaxo.

“Contribuí com tanto trabalho porque eu acho que ensinar é amar, e eu gosto tanto dos meus alunos”, confessou Maria Emília Palhinha, emocionada ao receber a distinção, assegurando que “espero ainda fazer muito mais coisas”.

Maria José Campos, natural de Lisboa, vive no Cartaxo há 52 anos. Economista de formação, foi professora, vereadora na Câmara Municipal eleita nas primeiras autárquicas pós-25 de Abril, diretora da Biblioteca Municipal Marcelino Mesquita, fundadora e primeira diretora do Museu Rural e do Vinho do Cartaxo, criadora e coordenadora da Festa do Vinho e da primeira Rota do Vinho do Concelho do Cartaxo, deputada à Assembleia da República e vogal da Comissão Regional de Turismo do Ribatejo, entre outras funções que desempenhou.

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Maria José Campos salientou que “os anos que passei na autarquia foram anos empolgantes, de trabalho, mas também de realização, de prazer e, sobretudo, o enorme privilégio que foi para uma jovem economista, então, em 1977, poder integrar, em democracia, a primeira Câmara Municipal, um projeto completamente novo e diferente, de construir o futuro lançando as pedras essenciais para o desenvolvimento que as jovens que vinham de um período conturbado do antes do 25 de Abril puderam, pela primeira vez, ter em mãos a realização de um projeto diferente, em democracia, em liberdade mas, sobretudo, de desenvolvimento”, agradecendo “a todos os colaboradores que fui tendo ao longo da vida”, em como “os próprios colaboradores da Câmara, os trabalhadores, que foram essenciais para esse projeto e que nunca regatearam esforços nem trabalho para que as coisas se conseguissem concretizar”.

Esta sessão solene foi abrilhantada pela banda da Associação Filarmónica União Lapense e apresentada por Rafaela Oliveira, Rainha das Vindimas do Concelho do Cartaxo.

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