Realizou-se na segunda-feira, 2 de outubro, aquela que terá sido a última reunião de Câmara do Cartaxo com o executivo que brevemente cessa funções.
Uma reunião em que o executivo já estava em gestão e que acaba por ficar marcada pela cordialidade entre todos os eleitos e o reconhecimento do trabalho feito.
O presidente do Município, Pedro Ribeiro, começou por dizer que “fomos todos chamados a governar num tempo particularmente difícil para o nosso concelho. Senti que, na esmagadora maioria das vezes, todos nós tivemos o devido e adequado sentido de responsabilidade, e tive oportunidade de fazer um elogio aos senhores vereadores da oposição, que nunca senti que tenham, ao longo do mandato, trazido aqui uma proposta mais populista ou mais demagógica”. Além disso, “a esmagadora maioria das decisões, muitas vezes mesmo mais complexas, foram de amplo consenso, muitas delas até sem votos contra”, continuou, pedindo desculpa por alguma discussão mais acesa.
Pedro Ribeiro terminou, expressando “a gratidão pela forma como as nossas reuniões decorreram sempre, com muita cordialidade, sem dispensar a necessária frontalidade, mas, acima de tudo, de forma muito cordial e aberta”.
Também o vice-presidente, Fernando Amorim, quis “agradecer por estes quatro anos de experiência, uma experiência única”. Realçando as dificuldades ultrapassadas ao longo do mandato, Fernando Amorim congratulou-se com a forma como decorreram as reuniões, “com a forma como foram conduzidas e, com a colaboração de todos, penso que os obstáculos tornaram-se mais fáceis de ultrapassar. Nós não tínhamos maioria, e na situação em que a Câmara estava, se não houvesse este entendimento, esta colaboração de todos os vereadores, acho que esses obstáculos eram muito mais difíceis”.
Ao passo que Pedro Ribeiro e Fernando Amorim vão continuar no próximo mandato, Sónia Serra vai voltar à sua profissão, deixando a autarquia. Na hora do adeus, e visivelmente emocionada, a vereadora aproveitou para dizer que “foram quatro anos muito intensos, tanto a nível pessoal como profissional”, agradecendo à família pelo apoio. Agradeceu, também, “a todos vocês, pela tolerância à minha inexperiência e também por ter sentido que sempre confiaram em mim e no meu trabalho”. Sónia Serra não esqueceu os funcionários, agradecendo “em especial aqueles que trabalharam comigo diretamente”. Os funcionários dos resíduos urbanos, do empreendedorismo, à equipa dos espaços verdes, aos técnicos do urbanismo e aos técnicos da DAOM.
Pela oposição, Paulo Varanda, do PV – MPC (Paulo Varanda – Movimento Pelo Cartaxo), disse que “era inevitável reforçar este agradecimento pela forma ligeira, frontal, até com veemência, também, que, ao longo destes quatro anos, soubemos, gerindo as nossas diferenças sempre com grande sentido de responsabilidade, pôr o nosso cunho e convicções naquilo que foram as decisões que importam lá fora. Acredito que tudo foi feito extra questões pessoais porque, afinal de contas, aqueles que em nós confiam não esperam outra coisa que não este tipo de postura”.
Nuno Nogueira, do PV – MPC, e que vai continuar no executivo pelo Juntos Pela Mudança (PSD e Nós, Cidadãos) no próximo mandato, acompanhou as declarações dos restantes eleitos e aproveitou para desejar “um excelente mandato” a Pedro Ribeiro.
Pelo PSD, Vasco Cunha, que vai abandonar a vida autárquica ao fim de quase 30 anos, referiu que “eu acho que isto tem de ser visto com um lado lúdico, nós não estamos propriamente num funeral. Estamos a fechar uma etapa da nossa vida”.
Vasco Cunha deixou uma referência especial para técnicos da autarquia, jornalistas, pessoal político e vereadores em funções e em substituição, especialmente a Paulo Neves, que “foi o meu comparsa neste mandato de quatro anos, em que nós fizemos, contas redondas, cem sessões de Câmara cada um. Nestas cem sessões só por uma vez faltámos, creio que foi numa reunião da Lapa, em que não nos pudemos fazer substituir. No balanço, tenho de ficar satisfeito e honrado, não só pelo facto de termos feito este mandato, mas sobretudo pelo facto do compromisso que é preciso assumir, e que eu acho que deve ser valorizado, quer no passado, quer no presente, quer no futuro, de quem assume compromissos com a população”.
“Vamo-nos encontrando por aí, não nos vamos embora do Cartaxo, seguramente”, afiançou Vasco Cunha.
Por fim, Paulo Neves, também do PSD, que também vai abandonar a vida autárquica, disse que “eu costumo dizer que saio da Câmara sem ter o sentimento de dever cumprido”.
Paulo Neves lamenta não ter conseguido ir mais longe, “se calhar, não por demérito meu, mas por mérito do meu adversário, que esteve sempre em maioria, excepto estes últimos quatro anos”.
O quase ex-vereador deixou a certeza de que “vamo-nos cruzar. Acho que me vou começar a habituar a vir aqui às reuniões de Câmara, para andar tão bem informado quanto ando. E foi um prazer trabalhar convosco”.