A ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes esteve esta quarta-feira de manhã no concelho do Cartaxo, onde acompanhou vindimas mecanizadas e apresentou alguns números das candidaturas às linhas de apoio ao setor do vinho, na sequência da crise pandémica.
Acompanhada pelo presidente da Câmara do Cartaxo, a ministra da Agricultura visitou a Sociedade Agrícola Rui Vieira, em Valada, onde pôde acompanhar uma vindima mecanizada e terminou a manhã com uma visita à Adega Cooperativa do Cartaxo, que descreveu como uma “adega viva e alegre”. Aqui falou aos presentes sobre as potencialidades deste setor no nosso país, dando conta das linhas de apoio a ele destinadas.
“Escolhemos vir à Região do Tejo para apresentarmos aquilo que são os resultados das candidaturas do setor do vinho às medidas da crise. Nós disponibilizámos 18 milhões de euros para o armazenamento e a distribuição e, desses 18 milhões, 11 milhões foram candidatados pelos promotores” que, segundo a ministra, “já foram contactados”, estando o IFAP (Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas) a fazer o procedimento de validação das candidaturas “até ao final do mês de agosto”, para que “rapidamente” estas verbas cheguem a quem delas necessita.
“A Região do Tejo apresentou candidaturas às medidas de apoio de cerca de 350 mil euros, com a Adega do Cartaxo a apresentar uma candidatura ao armazenamento, tendo a possibilidade de ir ao limite daquilo que era o apoio que são 15 mil euros. Uma adega que tem feito um trabalho notável de investimentos sustentáveis, financiados em muito pelos programas de desenvolvimento rural da Política Agrícola Comum”, reconhece Maria do Céu Antunes.
Segundo a ministra, estas linhas de apoio servem como “um incentivo financeiro para fazer face aos problemas trazidos pela crise”, de modo “a garantir que o preço da uva não baixava, permitindo a continuidade dos pequenos produtores”. “Tivemos especial atenção às adegas cooperativas que sabemos que são o motor muito importante de um setor que é determinante para a vitalidade do nosso país, sendo nós o nono país a nível mundial que mais exporta, com objetivos claros que queremos atingir num curto espaço de tempo, faz todo o sentido que possamos acompanhar. As quebras no setor podem estar entre os 20 e os 30 por cento, grosso modo, mas aquilo que temos vindo a sentir em todo o país é uma retoma que se vai fazer paulatinamente mas que é expectável que venha a permitir uma recuperação grande”.
Ainda segundo Maria do Céu Antunes, na região do Tejo, houve um “aumento nos produtos simplificados durante o primeiro semestre em 75 por cento, foram dez milhões de litros de vinho que foram simplificados, o que demonstra um grande potencial de crescimento”, estando as exportações nesta área “a um ritmo de crescimento mais baixo, mas ainda assim a 30 por cento, quando comparado com o período homologo”.
A ministra destacou a vindima mecânica que, no seu entender, “permite uma agricultura de precisão e com isso consegue criar condições mais competitivas”, prometendo estar “a preparar e a nossa agenda de inovação, onde queremos incentivar cada vez mais os processo de mecanização, aliado às práticas tradicionais, a agricultura de precisão, como forma de podermos garantir a sustentabilidade de um setor que é determinante para a vida do nosso país”. Segundo a ministra, a apresentação desta agenda será apresentada “em breve”, aqui no Cartaxo.
Pedro Ribeiro enquanto presidente da Câmara do Cartaxo e da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho saudou a visita da ministra assim como as linhas de apoio ao setor do vinho, reforçando que a Adega do Cartaxo “um espelho bastante importante daquilo que foi a reação do setor, porque apesar da crise provocada pela pandemia está com taxas de crescimento em relação ao ano passado na ordem dos 9,5 por cento”.